quinta-feira, abril 16, 2009

O que é e o que não é

Incrível como as questões de raciocínio costumam, numa determinada época, convergir para o mesmo ponto. Claro, pode ser tudo uma estratégia para melhor proveito da dramaticidade que os eventos podem produzir, uma idéia comum dentro da criação literária. Uso como exemplo o questionamento dos binarismos que vem aparecendo em todos os meus contatos com a comunidade científica nos últimos dias!

Ser ou não ser, é ou não é, verdade ou mentira, bom ou mal. Existe uma certa tendência, acredito que equivocada, em separar os acontecimentos e idéias entre os que são pretos e os que são brancos, sem considerar, além das infinitas tonalidades de cinza, as incansáveis cores que também habitam a percepção.

Hoje na aula de Metodologia de Pesquisa, lecionada por um professor cujo nome ainda não decorei, mas que sei ter titulação em filosofia, surgiu a questão: porque não se falar em "estou sendo professor", no lugar de "sou professor"? O que parece, em princípio, um jogo de linguagem, na realidade é um jogo de raciocínio que modifica o uso da linguagem. Falar em "estou sendo" abre a possibilidade de, daqui um instante, não mais o ser, o que certamente não ocorre com "sou", pois o que é não deixa de ser. Ao que entendi, esse é o Princípio do Terceiro Excluído (dá-lhe Aristóteles): ou é, ou não é.


Filosofia de lado por um instante... quem diria que Metodologia de Pesquisa me daria tanto prazer? Tudo bem, em breve ela deve seguir o ritmo de todas as disciplinas que levam esse nome, mas esse princípio (que será composto de três encontros) tem tudo para ser absolutamente memorável!

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