quinta-feira, dezembro 31, 2009

Last 3 hours

Então é isso, o ano está acabando de verdade. Dentro de três horas estaremos em 2010.


O que eu preciso para que os dias solitários do ano seguinte não sejam uma repetição dos deste, horas jogado em casa esperando alguma coisa acontecer. And once again nothing happens. Talvez seja um aviso divino, um meio de contato da criatura que narra esta história: Tales, não seja burro, não há nada aí.

Ainda assim eu sigo esperando. Esperar: eis um verbo que eu deveria eliminar do meu vocabulário.

Tudo bem. Irei ao Gasômetro encontrar meus amigos, curtir uns fogos, talvez depois ir a uma festa beber até cair. Junkie life it is.


xxxx

Ahn, meu tio me ligou e falou algo sobre como é importante cuidar da saúde. Bem aleatório, mas me deixou pensando. Estou hoje pesando menos do que nos últimos cinco ou seis anos, se bem consultei as balanças nesse período. Talvez esteja na hora de visitar um médico.
Ahn, ano que vem eu faço isso.

Last 5 hours

Tales e a síndrome do não ter o que fazer

Last hours

O plot do último capítulo da temporada está se definindo. A grande questão gira em torno de ser deixado de lado. Eu tenho alternativas, já, e muito boas. Já não é uma questão do que eu queria, está se tornando o que eu quero.

(adoro escrever e parecer que estou no controle)

Construindo 2010

Acabou o período mimimi do dia. Vamos pensar o que virá para 2010.

Goiânia
O mais óbvio primeiro. Vou para uma cidade nova, e minha missão dos primeiros meses será me virar sem a bolsa do mestrado. Não é fato, ainda, mas tenho quase certeza que não terei auxílio financeiro institucional, ao menos no início. Talvez no segundo ano. Arranjarei um emprego, talvez dois, quem sabe trinta. Freelance, tudo o que for necessário para pagar aluguel, comida, festa e estudo. Minhas aulas serão de tarde, o que deve dificultar um pouco a minha vida.
Esse será um tipo de desafio bem diferente do que estou acostumado. Porto Alegre sempre foi "casa da mamãe", a segurança de poder falhar e ter pra onde voltar no fim do dia, receber um abraço e lalala. A partir de março acabou essa segurança, a vida real vai começar a pegar. O tal do cachorro preto da criatividade correndo atrás de mim.

Junkie life
Não vou parar. Decidi agora que a "adolescência" tem que continuar. Não faz sentido começar um processo de mudança e pará-lo só porque a vida ficou difícil. Irei em festas, conhecerei pessoas, me manterei aberto ao mundo. O "sim para tudo" já não persiste, mas o "sim para o novo" vai se manter. Junto com ele, o "sim para tudo que pode ser bom". Isso significa que vou continuar deitando tarde, saindo com pessoas, bebendo tequila, dançando ao som de músicas animadas, entre outras coisas.

Mestrado
Obviamente, terei estudos sérios a fazer. Como me sinto um incompetente, vou me jogar nos livros e absorver tudo que eles puderem me dar. Também os professores ouvirão falar muito de mim. Não gosto da idéia de ser o décimo terceiro. Acho que já passei da fase de me sentir mal porque existem pessoas melhor preparadas que eu; agora já posso entrar na fase em que me preparo melhor.

Amigos
Não quero perder o que conquistei em 2009, o que reforcei. Seja por e-mail, ou telefone, ou carta, manterei contato com as pessoas que gosto. Se um dia eu mudar e não mais querer isso, talvez essas palavras me façam lembrar o valor deles para mim. São pessoas que acompanharam meu crescimento, minha construção. São pessoas que eu quero que sejam felizes :o)

Me posicionar
Não sei o que mais dizer. Eu quero melhorar, como pessoa. Aprender a sair do que não me agrada. Ser mais egoísta, então que estarei sozinho no mundo. Acho que esse será o aprendizado mais difícil, mas também mais importante. Escolher o que eu quero, quando e como. Chega de depender das escolhas dos outros, de "ah, pode ser".
Não gostei, levantei e saí. Um dia isso será realidade. Tomara que seja um dia em 2010 :o)

Recados que me fazem sorrir

fuckin' want to talk to you. i miss you, you know? i really do. anyway... talk to ya? (L) :*
Eu não estava esperando, sabe? Achava que ele ia ficar na praia, aproveitando a vida. E sem drama mesmo, pra mim felicidade é ver os que eu gosto felizes. Mas aconteceu o seguinte, estou sozinho na virada do ano, e acabou que combinamos de passar juntos. Esses dias ele me ligou falando da praia e eu recusei, porque seria sacanagem com minha mãe, que foi pra praia, queria minha companhia e mesmo assim estou aqui, além de haver dois ratinhos aqui que precisam comer. Eu falei, reforcei, que tudo bem ele ficar lá e passar lá, que pra mim o importante era que ele pudesse se divertir e tal.

Aí hoje mandei uma mensagem pra ele perguntando sobre a praia, se ele estava em Porto Alegre, enfim, iniciei os planejamentos para minha meia-noite. Ele disse que estava voltando pra cá e tal, o que já me fez um pouco feliz. Fiquei longe da internet desde o início da tarde, então perdi essa mensagem dele no orkut, que colei. Abatido como eu estava, super feliz eu fiquei. Uma coisa simples, um lembrete simples.

Que só me faz reafirmar: façam os outros felizes.

Música do dia

I could hold your beautiful hands
...
...
...
but it is all over, it's all over...

Last 12 hours of 2009

Eu pretendia fazer um countdown bem longo, várias postagens comentando os acontecimentos e tal. Bem, ocorreu que algumas coisas se aceleraram e acabei não tendo tempo para usar a internet.

Hipoteticamente, meu ano está completo. Fiz tudo que havia me proposto a fazer. Experimentei tudo que queria. Amizades, sexo, drogas, a maior parte das coisas que sempre tive curiosidade. Algumas são experiências a serem repetidas, outras a serem modificadas, algumas poucas a serem descartadas.

Este foi um ano que amei. Não apenas os acontecimentos, mas também algumas pessoas. Não odiei ninguém, posso dizer que há anos não sinto algo verdadeiramente ruim por alguém. Conheci pessoas maravilhosas que em poucos dias já estavam super íntimas, outras não tão maravilhosas nem tão rápidas. Algumas pessoas foram instantâneas, confusas, apaixonadas, apaixonantes, loucas, reguladas.
Vivi com meus amigos, saí para encontrá-los, encontrei-os para sair. Não sei se disse "eu te amo" o suficiente para todas as pessoas que mereciam ouvir essas palavras todos os dias de suas vidas.

Termino o ano exatamente como o iniciei: sozinho. Isso é, muito, uma escolha. Eu poderia estar em algum lugar parado, mas escolhi não parar jamais. Porém hoje não sei se consigo lidar com esse sentimento de solidão. Enquanto mantinha o Effy's style tudo funcionava perfeitamente. Why botter caring about people? Porém, agora que reaprendi a sentir, preciso aprender a lidar com isso. É meio que um turbilhão, muita coisa represada.
Talvez eu guarde tudo outra vez.

Está chegando a hora de planejar 2010. Prometi para mim, como resolução ainda de 2009, que só pensaria no próximo ano quando ele chegasse. Bolsa, emprego, estudos, tudo isso guardado para começara ser pensado amanhã. Como irei me relacionar com as pessoas, o quanto mostrarei de mim, que tipo de festa farei.
Hoje concluí alguns discursos que alterarei. Embora eu não pense em deixar de ser uma pessoa de sexualidade livre e fácil, não divulgarei isso aos quatro ventos. É uma questão de respeito: já me foram apontados dedos com relação a quem eu sou ou ao que faço, e odiei a sensação.


Acho que, no fim, tudo se resume ao medo de ser deixado de lado, de não ser protagonista.


Desculpem, meu punhadinho de leitores, pela verborragia. Estou chateado com os acontecimentos das últimas horas que, embora potencialmente prazerosos, ficaram muito aquém do esperado. Não acredito que houvesse muito que eu pudesse fazer para alterar isso, depois de iniciado o processo. Era meia-boca ou nada, mas eu não tinha me dado conta do que aconteceria. No fundo, mantive minha estúpida crença de que as pessoas pensam como eu.
Não é verdade, nunca é verdade. Ninguém pensa como eu. Quem pensa, enlouquece.
OK, não sejamos idiotas. Óbvio que tem gente que acompanha meu raciocínio, que entende as coisas como eu e tudo mais. Mas onde estão essas pessoas? Eu queria uma delas aqui, me oferecendo um abraço. Simples assim. Um abraço verdadeiro, sabe? Daqueles que aquecem não só o corpo, mas também o espírito.

Nossa, não consigo parar de escrever. Acho que é tanta coisa na cabeça, tanto assunto que sinto precisar encriptar para falar a respeito.
Eu fui transparente ontem e hoje. Odeio ser transparente. O que é ridículo da minha parte, se passei meses treinando para transparecer meus pensamentos. Agora que não estou na caverna, quero voltar. Que diacho de contradição é essa?

Eu realmente entendo a necessidade que as pessoas têm de serem amadas. Compartilho, evidentemente. Puxa vida, olhem pra mim, sou uma criança sedenta de atenção. Ora, vejam o tamanho deste post.

O ano está acabando. As questões dele, não. Novas questões virão para a próxima temporada. Novos desafios, também. Se tudo correr como espero, ainda faço uma lista de desejos para 2010 antes que o ano comece. Se não correr como espero, não pensem mal de mim, é provável que o dia tenha superado minhas expectativas, então.

^^

quarta-feira, dezembro 30, 2009

Last 48 hours

Can you feel it? It's the year saying good bye.
Ontem, meia-noite e oito, olhei para o relógio e pensei "oh uau, menos de 48 horas para que 2009 se encerre".

Ainda não sei o que farei na virada. Estou um pouco perdido, já que todos meus amigos têm compromissos com suas famílias ou amigos. Eis o lado ruim de não possuir um grupo de amigos fechado e consistente. Transitar por vários círculos termina por não me prender o suficiente a nenhum deles, portanto festas importantes como a virada do ano tendem a não me considerar como integrante. Note-se: não é uma reclamação, é uma escolha. Talvez a partir de 2010 eu escolha diferente, mas por enquanto não posso.

A princípio passarei aqui na cidade com o moço que tem movimentado meus dias nos últimos dois meses. Será um fim de temporada adequado, com um abraço carinhoso e comemorativo, em nome às dificuldades que o semestre apresentou. Ele sabe como me sinto nessa coisa de ir embora, abandonar uma cidade e começar a vida em outra, pois já passou por isso. Porém em muitos aspectos ele não me entende, assim como muitas pessoas têm dificuldade em entender. Sei porque isso acontece, eu transito entre tantos espaços, na esperança de nunca estar fixo em algum espaço. Isso me protege ser convencional. Infelizmente também me prejudica na medida em que ninguém sabe, realmente, o que eu gosto.

Minto. Pessoas sabem. Alguns enxergam através de toda essa onda de desvios e estratagemas. Meio Amélie Poulain, que muda a vida de todo mundo, mas não sabe quem corrigirá a sua própria. Estratagemas. Bah! Nem sei exatamente a razão de ter puxado essa referência, foi uma coisa meio fluxo de consciência. Útil, embora estranho.


Preciso pensar nas resoluções para 2010. Nunca fui de fazer isso, mas o sucesso dos meus planos para 2009 me mostrou que ter objetivos é algo que pode funcionar. Não preciso dominar o mundo em um ano, mas posso mudar o meu inteirinho. Oh uau, estou apaixonado pela vida!

terça-feira, dezembro 29, 2009

Músicas do momento + curando preconceitos

Estou embalado por algumas músicas brasileiras desde a última quarta-feira. Capital Inicial, Engenheiros do Hawaii, Nenhum de Nós, Raul Seixas. Nenhuma novidade, não descobri agora, mas o contato com um mocinho legal me fez resolver voltar a elas. E oh uau, como estou contente de estar fazendo isso.

Se duvidar até perco meu preconceito com Los Hermanos. É que durante muito tempo essa banda foi sinônimo de pseudo-intelectual, o tipo de pessoa que realmente me cansa. A mesma coisa com o Beco, que eu acreditava conhecer todos os frequentadores, uma vez que me formei em Comunicação. E ok, não estava completamente errado, o estereótipo é realmente o que eu esperava, mas poderia ser pior.

Isso tudo me leva a reafirmar: preconceito se quebra com conhecimento, com experiência, com influência, com saber-que-existe. "Ai, é gay, é errado". Não, não é, veja seu melhor amigo, ele é gay e tu nem sabia. Ohn, que mágico, ele continua sendo a mesma pessoa, só que sai com homens ao invés de mulheres. Quanto mais a gente conhece, menos a gente discrimina, mais entendemos que é normal ser diferente. Esse tem sido meu lema, e me puxo as orelhas sempre que noto que estou sendo preconceituoso.
OK, um adendo: uma coisa é ter preconceitos, outra é se deixar roubar por um cara mal encarado. Digamos que o que vale não é a inexistência de preconceitos, o que é humanamente impossível, aliás, mas sim a predisposição para destruí-los e reconstruí-los sempre que possível. Tentemos.

Amanhã

A expectativa está um pouquinho grande. Se tudo der certo, 2009 fecha com todos os projetos concluídos. Se tudo der certo, acreditarei que 2010 será um sucesso. Iei!

Tranquilidade

Estava pensando agora enquanto lavava a louça: 2009 foi, para mim, uma espécie de adolescência. Dentro da minha confusão de não ter existido antes de 2006, os primeiros passos da descoberta de um mundo (não novo, simplesmente um mundo) aconteceram ao longo dos primeiros três anos. Porém a novidade, a rebeldia, a reinvenção, tudo isso aconteceu somente neste ano.

Primeiro é importante esclarecer: entre 2006 e 2008 eu vivi muita coisa fabulosa. Eu construí muita coisa nesse período, que em 2009 vim a reafirmar ou a reformar.

De novo à adolescência. No início de 2009 foi o período de confusão, de começar a experimentar e descobrir que algumas coisas diferentes não machucam. Brincando de Effy da terceira temporada (Skins), me fechei e não deixei muita gente chegar perto de mim. Quando eu começava a esboçar qualquer tipo de interesse, fugia. Fiz isso com algumas pessoas que poderiam ter me acrescentado muito mais do que acrescentaram. Pessoas que poderiam ganhar infinitamente mais de mim. Paciência, não posso recuperar esse tempinho ingênuo.

Depois foi a vez de me interessar pelas pessoas que não se interessam por mim. Problema típico, mas natural. Acho que hoje estou livre dessas frustrações. Doeu muito, muito mesmo, me dar conta de que algumas vezes preciso aceitar que meus desejos são simplesmente isso: desejos que, como tais, não têm obrigação de se realizar.

Agora acho que estou num novo momento, em que devo decidir se a vida adulta começa ou se continuarei nesse ritmo acelerado. É um ritmo muito bom, mas estagnado. É um ritmo que seria totalmente aceitável aos 15 anos, mas aos 23 ele já começa a ser inconsequente. E agora, o que escolherei?

segunda-feira, dezembro 28, 2009

Sobre amar

Eu estava matutando aqui o que significa amar alguém. Embalado pelos Titãs, acho que acredito na idéia de que "não existe o amor, apenas provas de amor". Amor é algo tão insubstancial, tão particular e impossível de dividir que nunca se pode ter certeza se se é amado simplesmente pelos nossos sentidos.

Porém, existem as provas de amor. O que são? Sacrifícios. Não é humanamente produtivo abrir mão do que queremos, pelo simples fato de que, se queremos, devemos ir atrás e ponto. É nosso, cai fora. Por outro lado, quando deixamos de fazer algo que pode nos trazer proveito em nome da felicidade de outra pessoa, isso é amar.

Uma mãe que deixa de dormir para cuidar do filho que chora com dor de ouvido; um pai que perde um dia de salário para ajudar o filho numa gincana da escola; um irmão que sangra para defender o caçula; um namorado que controla seu desejo de ficar com outras pessoas; um amigo que não lê um livro para conversar com um companheiro triste.

Essa visão do amor obviamente dificulta o platonismo romântico, a noção do namoro perfeito.
Hoje eu não quero um namoro perfeito, eu quero amizades que me completem. O sexo é um acréscimo, e se puder acontecer dentro das amizades, tanto melhor. Se não, dane-se, arranjo em outro lugar.


Eu amo meus amigos. Abro mão de coisas da minha vida para que possa vê-los sorrir. Não sei explicar a razão, e nem estou interessado. Sou feliz fazendo felizes os que gosto.

Cartas

Recebi hoje uma carta da Pri, que está viajando pelo Brasil desde o início do semestre. Ela é uma moça que em pouco tempo se tornou super minha amiga, o que claramente foi facilitado pelo nosso contato diário como colegas de trabalho. É a segunda carta que recebo dela. Ao todo, deve ser a sétima, nona, décima carta que recebo na vida, considerando as da minha ex-cunhada e as da minha mãe virtual, que mora em Cascavel. Saudade da Sami, por sinal.

Nunca tive o costume de retribuir as cartas, porém. Neste exato instante considero isso um problema. Um e-mail é super legal de receber quando vem de um amigo. Uma ligação, uau, maravilhosa. Uma visita, então, supimpa. E uma carta? Ai, que coisa fria, distante, antiga. Não. Por trás das palavras escritas numa carta está o esforço em utilizar a mão, a caneta e o papel para uma atividade hoje incomum. A intenção de iniciar algo físico, uma prova material de um cuidado para com alguém que gostamos. Não só as palavras são importantes, mas também o dobrar do papel, a escolha do envelope, o caminho até o correio, o pagamento dos selos e da postagem.
Também não é uma questão de preço. Uma ligação pode sair mais custosa que uma caixa despachada pelo sedex. Não importa.

Talvez seja preciosismo, mas a materialidade da tinta no papel é... fantástica. E fica ali, guardada, na gaveta, pra sempre que quisermos olhar. Além do mais, um livro chamado "E-mails de fulano" não teria tanta graça quanto "Cartas de sicrano". Já pensaram no Werther via e-mail? Emo do jeito que era, seria intragável. Blérg.

domingo, dezembro 27, 2009

Ser normal

Eu queria, de vez em quando. Outra hora falo mais sobre isso, agora tenho planos pra noite! Fui ^^

Ainda acreditam no amor?

Alguém pode me explicar como, depois de tanto estudo, as pessoas podem ainda acreditar no amor monogâmico, na relação fixa com uma única pessoa? Gente, uma pessoa não pode pertencer a outra, é simplesmente impossível, ao menos sentimentalmente.

Aí vem um e dispensa um encontro super legal porque se deu conta que não há esperança para relacionamentos a dois. Claro que há. Só que as criaturas não se dão conta do quanto têm que abrir mão para que esse tipo de relação funcione. Liberdade, desejo, descoberta. Tudo isso é reduzido. Se vale a pena? Depende do que cada um espera da vida. Pra mim, hoje, não vale. Pra mim, três anos atrás, valia completamente (tanto que valeu).


Eu costuma achar que felicidade era inversamente proporcional à inteligência. Um argumento válido, talvez, mas somente quando a inteligência não é suficiente para perceber a besteira que está sendo colocada. Ser feliz não é um estado permanente e intocável. Ser feliz é uma questão de momento, de acontecimentos fortuitos que se encaixam nas nossas expectativas ou as superam. O que acontece de forma diversa nos entristece, o que vem como queremos ou gostaremos nos anima.

A vida é muito menos dolorida quando nos preparamos para as possibilidades.
Eu estava preparado para não acontecer nada agora de noite, mas estava realmente interessado que acontecesse. Detesto ficar na mão, principalmente quando isso é literal.


Enfim, frustração passando. Hora de fazer os preparativos para os últimos dias do ano.

Enfim só

Hoje às 4h minha família viajou para a praia. Estarei sozinho até provavelmente o dia 4 de janeiro, quando meu irmão deve estar de volta, com a namorada, para ter um tempo de sexo com ela. Eu costumo ficar feliz quando estou só aqui, mas atualmente as razões já não são tão simples. Usualmente, não ter ninguém em casa me permitia ir e vir quando quisesse, sem restrições. Bem, eu já alcancei essa situação com o pessoal em casa. Eu também conseguia sexo com um lugar facilitado, mas também esse não tem sido um problema atualmente.

Talvez eu não tenha notado, mas acho que minha mãe não me deu tchau antes de sair. Será?

sábado, dezembro 26, 2009

Minha vida sem mim

Como seria um mundo em que eu não tivesse nascido? Claro, talvez seja muita pretensão imaginar que alguma coisa fosse diferente, mas convenhamos: se aplicarmos a teoria do caos e retirarmos o bater de asas da borboleta, teremos um furacão a menos.

Na família está o ponto mais fácil de traçar os resultados, principalmente com a minha mãe. Acredito que ela teria separado do meu pai antes, provavelmente, e conhecido meu padrasto talvez também antes. Quem sabe nem acontecesse de casar com ele. Meu irmão, que durante muito tempo foi um problema em casa, talvez o fosse ainda mais pela minha mãe não ter um apoio caçula para sustentar a mente.

É difícil mensurar o impacto de uma inexistência na vida dos amigos. Penso que talvez uma amiga tivesse demorado mais para se separar do namorado, e quem sabe o rumo de algumas pessoas fosse completamente diferente – ao menos nos hobbies. E, numa continuidade insana, alguns romances não aconteceriam, fazendo com que as vidas seguissem de modos completamente diferentes.


Eu não consigo, realmente, medir o impacto que causo no mundo. Ele pode ser grande em algumas pessoas e mínimo em outras, e talvez nunca seja possível mensurar ao certo. É mais fácil imaginar o peso de uma ausência repentina, como por exemplo a de uma morte inesperada. Pensei em falar da minha viagem, mas não é a mesma coisa: eu continuarei existindo, continuarei em contato.
Acaso hoje eu morresse, acho que o dano na minha família seria irremediável. Enxergo facilmente um longo tempo de tristeza, raiva e frustração. Separações, talvez. Entre os meus amigos, talvez alguns se tornassem ainda mais unidos, por conta da lembrança de que sem mim jamais teriam se conhecido. Outros podem finalmente descobrir a brevidade da vida e, enfim, interromper o ciclo de auto-sabotagem.


Para realmente saber isso tudo, eu teria que ver minha vida de fora dela. Impossível, so far.

sexta-feira, dezembro 25, 2009

Feriado chato

Estou um pouco chateado com o jeito como o dia seguiu. Não fiz nada. Como resultado do meu egoísmo, minha mãe está chateada. Para completar, acho que estou perdendo contato com a pessoa que mais mobilizou sentimentos/acontecimentos em mim nos últimos dois meses. Será que vamos nos tornar "conhecidos de internet"? Não gostaria disso.

Estou assustado.
É o lado ruim do fim da temporada.

Feliz Natal egoísta

A principal mudança do ano, nessa coisa de aceitar as possibilidades, foi eu ter me tornado mais egoísta, menos preocupado com os outros. Normalmente eu não teria acompanhado minha mãe na tarde de natal, independentemente do quão desagradável essa possibilidade me soasse. Eu simplesmente disse não, sabendo que se no último segundo mudasse de idéia ainda assim ela ficaria absolutamente feliz pela minha companhia.

Ela dizia sempre que eu era o "companheiro" dela. Algo mudou. Muita coisa mudou. O preço disso, aparentemente, é um pedacinho da felicidade dela.

=/

quinta-feira, dezembro 24, 2009

Das coisas para o ano terminar feliz

Basta encerrar. Já estou contente com tudo que alcancei em 2009, não preciso repetir minhas conquistas. Existe, porém, um algo que ainda pode acontecer. Falei sobre ele hoje com duas pessoas. Tenho o aceite delas. Falta apenas tornar realidade. Se tudo der certo, tornarei.


x x x

em tempo, acho que estou sabotando minha saúde, provavelmente para que cansado eu não consiga viajar no dia 28 de fevereiro... sou eu tão irracionalmente racional assim?

terça-feira, dezembro 22, 2009

noite quente

Sério, será que alguém conseguiu dormir esta noite?


xxxx

preguiça de pensar. Azar do blog.

segunda-feira, dezembro 21, 2009

Incompetente

Prova = 8,0
Projeto = 8,0
Entrevista = 8,0
Colocação no mestrado = 13º (18 entraram)

Acho que merecia mais, no mínimo no projeto, que estava muito bem escrito. Com essa colocação minha chance de ter bolsa é remotíssima, o que explica toda a conversa que os entrevistadores tiveram comigo sobre não haver bolsa para todos.

Vou mesmo assim.
Tenho dois meses, mais ou menos, pra virar um 10,0.

domingo, dezembro 20, 2009

Noite doída

Nossa, uau, essa foi uma noite difícil de segurar. Eu saí de casa com a determinação de cortar uma relação de amizade que me trouxe muitas coisas positivas nos últimos tempos, mas que me machucava pela certeza de que seria sempre amizade. Enquanto ele estava "quebrado" e não ficava comigo nem com ninguém mais, ok, eu conseguia suportar esse não-acontecimento. Agora, contudo, ele está reconstruído, e ontem eu tive a felicidade de bater de frente com a cena dele agarrado num outro rapaz. E terminei a noite sabendo que foram três, ao todo, inclusive o amigo que ele convidou para dormir na casa dele (além de mim). Não vou entrar na discussão de "o que eu tenho de errado", basicamente por achar que isso é bobagem: ninguém é obrigado a gostar de mim.

Vê-lo consertado doeu muito, pois mais que tudo percebi o quanto ele estava feliz daquele jeito. Saí da festa furioso e triste. Soquei algumas coisas no caminho, mas acho que não quebrei nada. Já na rua, sentei encostado num poste e deveria estar com uma cara muito ruim, pois um bando de gurias começou a conversar comigo, perguntar se estava tudo bem etc. Uma delas disse o quanto eu não deveria estar triste, que o mundo continua, essas coisas para animar a pessoa. Achei engraçado, fiquei contente que pessoas desconhecidas se prestassem a me animar. Em seguida a elas irem embora, fui falar com um menino na rua. Perguntei qualquer coisa sobre como se cura bebedeira, e não é que a criatura me conhecia do MSN? Formidável.

A noite teve outras surpresas, umas boas, outras irritantes, algumas deliciosas, outras intrigantes. Por exemplo: o que leva uma pessoa a apertar tua mão, fazer carinho, te puxar, e ficar com outra criatura bem na tua frente, no meio desses sinais todos? Frustrante, at least.


De tudo isso, estava convicto que deveria abandonar essa amizade que tanto me acrescenta, mas tanto me machuca. Então percebi: não. Foi com ele que notei o quanto querer alguma coisa me faz mal, querer que alguém se submeta aos meus desejos. Sem o peso desse desejo dentro de mim, consigo olhar para ele e ver que ele é uma pessoa cuja busca não me inclui, não além da amizade, e tudo bem.

Eu cresci.
Senti a dor de "perder" alguém, e sei que ela é uma dor passageira. Talvez retorne toda vez que eu olhar pra ele, mas só durará até o momento em que eu estiver completamente livre desse querer. Algo meio budista.
Fico contente em saber que cresci e que não preciso excluí-lo da minha vida. Não é a fuga que vai me acrescentar, hoje, mas sim a coragem de encarar a dor.


Mas pontos para as meninas preocupadas \o/

sábado, dezembro 19, 2009

O que procuro?

Nada.
Estou interessado em estimular as probabilidades e abraçar as possibilidades. Entre o que aparecer, escolho. Entre o que não aparecer, busco. Um tanto clichê, mas não sejamos tão rápidos em dispensá-los. Clichês só são o que são porque funcionam.

sexta-feira, dezembro 18, 2009

Fim de temporada

Dezembro de 2009 está encerrando. Com este mês, a série de conquistas bem sucedidas às quais me propus, e também uma quantidade enorme de experiências que eu não estava esperando.

Passei na seleção do mestrado.
Esse era, de longe, o objetivo mais formal, mas também o que tinha maior chance de causar impacto na minha vida. Qualquer outro era administrável. Não passar no mestrado, porém, significaria atrasar minha vida em um ano.

Dei valor aos meus amigos.
Após algum tempo distante deles, acho que os fiz perceber novamente o quanto são importantes pra mim. Sofri por alguns, fiquei feliz por outros. Acho que estou reaprendendo a ser humano, a sorrir por lembrar de sorrisos. Ainda hoje felicitei uma pessoa por sua conquista, e eu estava realmente contente por ele.

Aprendi sobre o caos.
Na vida, existem muitas coisas que eu não posso controlar, assim como existem as que eu posso estimular. Cansado de fugir dos acontecimentos, me joguei a estimular o imprevisto, disse "sim" para tudo, redescobri o valor do não.

Beijei, transei, me relacionei.
Hoje não me considero mais inexperiente. O estigma de haver namorado apenas uma pessoa, e de antes dele não ter quase nenhuma noção de mundo, agora é passado. Estou livre deste medo tolo, estou pronto para não precisar abraçar qualquer experiência simplesmente pela urgência de fazer.

O depois é agora.
Esperar pra que, se o tempo leva tudo embora, eventualmente? Se um abraço pode ser dado num instante, esperar que ele aconteça mesmo que um segundo depois se transforma em uma experiência não vivida. Por que não dizer "eu te amo" quando a vontade surge?

Experimentei coisas novas.
Muitas delas me mudaram, muitas delas não. Cruzei alguns limites que me definiam, aproveitei para me redefinir. Disse "não" a quem me gostava, ouvi "não" de quem eu hoje gosto. Aprendi que não se pode ter tudo que se deseja, muito menos na forma como se deseja.


Entendi que talvez seja, mesmo, a minha hora de partir.
Porto Alegre me ensinou muitas coisas, me permitiu muito; hoje sou alguém que pode viver, se quiser. Assim como sou alguém que sente ciúmes de uma pessoa que talvez nem me considere amigo, não importa o quanto eu goste dele. Esse "gostar" é rápido, forte, vigoroso, e também dolorido, afiado, fugidio.

Toda uma temporada para entender que cacarecos morais não têm sentido. Que a opinião dos outros não é nada que não perda de tempo. Que um sorriso, um bilhete escondido e um carinho podem valer mais do que beijos e sexo.


Mais importante do que qualquer outra coisa, eu aprendi que amo pessoas. Cada um de seu jeito, cada um na sua intensidade. Eu amo e sou amado.


Eu me transformei numa pessoa muito diferente de quem eu era. Ainda não como eu queria quando comecei essa viagem, mas muito mais feliz. Já posso voltar alguns passos atrás e reconquistar certas características que deixei que afundassem.
Hoje eu mijaria de porta aberta, mas não na casa onde não o fiz.


"Foi o tempo que perdeste com a tua rosa que a fez tão importante"
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