quinta-feira, julho 04, 2013

Seguindo a correnteza

Um dia acordei sem saber onde estava. Minha vida, que outrora fora uma possante lancha, estava tornada em um simples colchonete flutuante ao sabor das correntezas. Fui para um lado achando que eram meus bracinhos que dirigiam o movimento, mas depois percebi que tudo ao redor também corria para lá. Mudei a direção – só um pouquinho –, mas eram as ondas que se desviavam do caminho. Eu não estava perdido, sabia muito bem que lugar era aquele: o meio do oceano, o umbigo da vida. Ecoando no ar se repetia intensamente a voz do gato: "se não sabe para onde ir, qualquer caminho serve". Em resposta, eu tentava gritar que existe uma larga diferente entre saber o caminho e percorrê-lo, mas quem me ouviria no meio do oceano se não eu mesmo?

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