Acabei de receber um puxão de orelhas de dois amigos. Nossas relações começaram no mestrado, em que nos aproximamos e reunimos para resolver pendengas que tínhamos em comum. Formamos um grupo de estudos, bebemos juntos diversas noites e chorávamos nossas mágoas nos ombros uns dos outros. Então hoje vieram pegar um livro emprestado e me repreenderam pela minha apatia frente à dissertação. "Termina logo", disseram, "eu dou uma lida nas partes que estão sendo mais complicadas". Acho que é o que eu estava precisando ouvir para continuar meu trabalho.
Os amigos que eu fiz fora do mestrado não discutem comigo teorias acadêmicas; quando o fazem, são teorias que geralmente não estão conectadas com o meu trabalho. Com esse grupo, porém, posso falar do que faço, do que passo tantas horas pensando etc. Nós compartilhamos um tipo de angústia e paixão que outras pessoas ao meu redor (ainda) não compreendem. Mais importante de tudo: nós nos empurramos para frente, estimulamos a continuar, acendemos luzes em lugares escuros.
Penso que, dentre tantas outras funções, as amizades devem servir para nos dar força. Não sei se alguma relação entre amigos pode funcionar sem esse "empurrar", sem essa energia compartilhada que dá vontade de viver. Será que existe alguém que poderia afirmar que é feliz ao prescindir de amigos?
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