quinta-feira, setembro 16, 2010

Afetividades

Existe algo sobre relacionamento com outras pessoas que, apesar de já explicitado na própria frase, costuma ser esquecido. Construímos um modelo ideal de personalidade, comportamento e desejos para alguém nos completar, uma "lista do que precisamos para ser amados e amar alguém" (e tem coisa mais idiota que tal listagem?) e, ao encontrarmos alguém, esquecemos do óbvio, do evidente, do ululante. É outra pessoa.

Dessa conclusão, pequena, porém transformadora, surgem inúmeras outras. Uma delas envolve toda a tradição do pertencimento, o pensamento romântico de que duas almas foram feitas uma para a outra; sendo o sacrifício a forma de demonstração desse querer. A gosta de B porque abre mão de C-Z.

Entender que nos relacionamos com outros nos permite enxergar, também, que são as experiências que a pessoa teve em sua vida que a constituem. Portanto, de que valhe aquele ciúme frágil sobre as relações passadas ("ex bom é ex morto"), se são justamente essas interações que a levaram a ser tão apaixonante?

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