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Sou apaixonado por vozes. Algumas me arrepiam, apaixonam, movimentam. Outras simplesmente não chamam atenção. Enquanto pensava sobre isso, tentei manifestar meu amor e explicá-lo, mas descobri que não tenho palavras para descrever o tom, o timbre, o sotaque, a fluência das vozes que me harmonizam o coração. O passo seguinte foi duvidar das razões que as pessoas têm, especialmente os poetas, em tentar passar para os outros o que sentem, colocar em palavras experiências que, em última instância, são só suas e nunca serão igualmente de outros.
Traduzir emoções em palavras.
Sempre que penso em voltar a escrever, deparo-me não com a dificuldade em fazer essa transmutação, mas sim com a incerteza do que botar no papel. Quais palavras, vozes de quem, sentimentos tantos esperando para serem concretizados... e deixarem de ser o que são.
Parece-me que ser humano é algo profundamente solitário.
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