quinta-feira, setembro 16, 2010

A pessoa que não tem segredos

Hoje um amigo pediu-me para guardar segredo de algo que me disse. Ele foi bastante específico a respeito de quem não poderia saber da informação, e ficou de me explicar, depois. Primeiro me pus a pensar se realmente desejo saber os seus motivos, já que também me relaciono com as pessoas que ele deseja manter no escuro. Fico curioso pra saber que motivos são esses, a fim de justificar esse ato de não contar. Claro, estou pressupondo que, por serem amigos, eles devam seguir o princípio da horizontalidade, mas tenho percebido que essa não parece ser uma preocupação típica dos seres humanos habituais.

Só depois de algum tempo me dei conta do que isso pode significar. Se eu entrar no jogo do "ok, não conto", será que caio fora do que defendo? Ou ser horizontal se limita às questões que me envolvam, mas a ninguém mais? Nesse tipo de ética, creio, não há muito espaço para se falar quase nada, pois a maioria das nossas experiências são, geralmente, no coletivo.

Eu quero ser uma pessoa que (quase) não tem segredos. Existem partes de mim que ninguém sabe. Existem histórias que nem irmãos se contaram. Segredos. Eles também constroem quem nós somos?

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