Eu deveria estar dormindo, já sonhando com coisas que esqueceria na manhã seguinte. Não. Empolgado por um livro fabuloso de pesquisa sobre sexualidade e, especificamente, desejo sexual, estou aqui alucinado marcando datas e pesquisando caminhos para alimentar essa minha fome de saber. Talvez eu passe a noite inteira lendo: essa é a minha vontade. Sei que tenho compromissos a cumprir amanhã, o que também é algo que me deixa feliz, pois mantém minha vida caminhando e assumindo diferentes formatos.
Isso é algo que merece um pouco de tempo para pensar: quando entrei na faculdade, minha vida era uma nulidade de eventos. Eu não fazia absolutamente nada, não ia a festas, não encontrava amigos e não me relacionava afetiva ou sexualmente com outros sujeitos. Embora o ingresso na universidade usualmente seja o momento de soltura, aprendizagens e explorações, eu me encerrava em mim mesmo e assim evitava interagir com um mundo que ao mesmo tempo me assustava e me mantinha distante. É curioso como o nosso medo e desgosto acabam sendo correspondentes a uma reação muito similar por parte do restante da humanidade. Eu não via interesse nos outros, que por tabela também não percebiam nada de interessante em mim (ao menos ao ponto de vir a mim e conversar).
Eu poderia dizer que o que transformou o cenário foi meu ingresso no mercado de trabalho. Frequentemente eu acuso o início da vida sexual. Sejam quais forem os motivos, eu passei a me abrir para o mundo e, em resposta, fui recebendo retornos e participações que só aumentaram. Em 2004, quando entrei da faculdade, eu não acreditaria que em 2012 estaria com uma vida tão bem articulada. Ainda tenho rios para percorrer, pois não cheguei ao ponto que desejo em termos de conexões e proposições de trabalho e de reflexão. Estou em um momento em que tenho feito muito do que gosto.
Em tempo, hoje comprei uma estante. Graças aos meus amigos, fui capaz de trazê-la para casa já montada, poupando os custos de frete e de montador (uns R$ 80). Agora que meus livros já não estão jogados no chão, penso no que falta para completar minha moradia. Preciso de televisão? De uma poltrona? De algo mais? De algo?
Um comentário:
Se precisas de algo ? Talvez uma poltrona, sim!! Aí, nas raras oportunidades que tenho, quando estiver por aí, sentarei nela e ficarei à observar, tu, meu ser mais amado e querido e, com o coração transbordando de orgulho, pensarei, cultivei um limãozinho com o maior carinho, claro !! Mas olha só que limonada maravilhosa e sequer, precisa de açúcar...
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