domingo, março 18, 2012

O que eu quero para 2012

Demorei a começar este texto não porque não sabia o que dizer, mas porque estava ensaiando como transformá-lo em letras. Estou talvez um pouco atrasado para resoluções de fim de ano, mas vida é esse conglomerado de dias e datas e momentos que a gente dá nomes especiais, então nem importa. De toda forma, peço desculpas se ofendo algum tradicionalista.

Decidi que em 2012 aprenderei a dizer não para as coisas. Isso pode parecer um retrocesso, considerando que ao longo de muitos anos não era a única resposta que eu conhecia, já que ela era segura e me protegia de uma variada coleção de riscos. Aí veio o período do sim para tudo, como bem minha amiga lembrou, e eu passei a abraçar uma diversidade de explorações físicas, intelectuais e emocionais. Pensei em incluir morais na lista, mas a verdade é que minha bússola ética mudou relativamente pouco, até onde percebo, de quando eu era mais novo até hoje. Deixei de ser tão espumante de ódio e de refletir sobre métodos de vingança, mas eu atribuo isso à maturidade e à compreensão de que o mundo é um pouco maior do que o meu umbigo. Talvez o fato de minha inclinação moral estar tão ligado à minha facilidade intelectual explique porque é tão comum eu conectar virtude e instrução, mas já estou convencido que caráter não é questão de sabedoria, mas sim de filhadaputice.

Estarei eu abraçando uma fase de não para tudo? Não, de jeito nenhum. Viu, já estou aprendendo a dizer nãos! A minha proposta é deixar de colocar os outros na minha frente. Eu tenho uma ideia mais ou menos clara do que estou procurando na vida, do que desejo experimentar e, principalmente, do tipo de pessoas com as quais eu quero compartilhar os meus momentos. Isso não significa que eu sei dar nome ao que busco na existência, mas ei!, ninguém aqui está tentando ser simplista.

Em resumo, eu direi não para as coisas que me fazem mal, que não me acrescentam e ou que não me dão prazer. Sim, eu estou saindo do armário: sou hedonista. Aí resolvi pesquisar o que significa hedonismo, para não sair falando bobagem. Vejam o que o Houaiss me ensinou:

Hedonismo. n substantivo masculino 
1.2 Rubrica: ética.
no epicurismo, busca de prazeres moderados, únicos que não terminam por conduzir a sofrimentos indesejados
1.3 Rubrica: ética.
no utilitarismo, procura do prazer individual, que somente se plenifica por meio de sua extensão para o maior número possível de pessoas
3 Derivação: por extensão de sentido. Rubrica: psicologia.
teoria segundo a qual o comportamento animal ou humano é motivado pelo desejo de prazer e pelo de evitar o desprazer

Eu acabei de decidir que preciso ler mais sobre epicurismo e utilitarismo. Ao que parece, essas posturas filosóficas conversam bastante com a moralidade que norteia meus passos.

Para concluir, desejo apenas esclarecer que eu já sei dizer não para as coisas que ainda não aconteceram. Não quero ir a um lugar, não quero conhecer uma pessoa, não quero brincar de roleta russa e não quero usar drogas. O não que eu pretendo treinar é o difícil trabalho de podar as ervas daninhas que já estão enroscadas no jardim florido. Eu não tenho interesse em causar mal a ninguém e realmente sinto muito se minha ausência (ou a interrupção da minha presença) vai de algum modo machucar. Talvez eu devesse ter dito não desde o início e evitado dores futuras. O não que treinarei é, portanto, um reflexo desse desejo de antever machucados potenciais e negá-los de antemão.

É egoísmo quando a gente machuca agora para machucar menos no futuro?

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