quarta-feira, outubro 23, 2013

A raposa e a coruja

Uma das razões para 2013 ser um ano no qual tenho sido muito feliz está no relacionamento que tenho com meu namorado, de longe o mais maduro que já vivenciei. Nós compartilhamos nossas ideias e anseios, conversamos sobre tudo e passamos muito tempo juntos, seja dormindo aqui em casa, seja passeando sozinhos ou entre amigos. Se há uma palavra para definir o que vivemos, é amor.


É justamente por termos uma relação construída na base de confiança mútua e desejo pela felicidade do outro que São Paulo é uma armadilha maldosa para nós dois. Ele sabe a importância que esse passo tem para mim e compreende que minha partida implicará em eu alcançar uma felicidade ainda maior do que temos hoje. Sim, eu estou sendo egoísta nisso e é uma droga admitir que meu sonho de futuro não tem espaço para os abraços e beijos que fizeram esse ano tão melhor do que poderia ser. É uma trajetória que preciso trilhar sozinho, do contrário não conseguirei me tornar a pessoa que preciso. Eu realmente acredito nisso. Eu, eu, eu.

A nossa relação vai mudar, não seremos mais um do outro, não dormiremos juntos quase todas as noites (talvez mais nenhuma), não viveremos nossos dias de mãos dadas ou com medo de dar as mãos porque algum louco gritou com a gente. Temos pela frente muitas noites regadas a lágrimas e memórias felizes convertidas em saudade. Saber que o carinho, a confiança e o desejo pela felicidade não mudarão de nada adianta frente à vontade grande de continuar dono, de continuar pertencendo.

Eu sei que é amor porque, apesar de todas os desejos contrários, estou livre para perseguir meus sonhos. Uma união improvável, raposa com coruja, mas prova viva de que é possível dividir tempo e carinho com outro alguém e ser e fazer feliz enquanto juntos. Mais do que isso, na verdade, porque a coruja todos os dias tem me dado sempre mais motivos para sorrir enquanto construímos juntos novas memórias.

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