Ano passado minha mãe me apresentou a um seriado chamado Being Erica. A história começa com uma mulher que aos trinta e dois anos se sente completamente empacada na vida. Nos primeiros cinco minutos do episódio piloto vemos Érica perdendo o emprego, levando um bolo do ficante e tendo um choque anafilático por ser alérgica a nozes. Tudo isso em um dia absolutamente normal de sua vida.
Aí entra em cena Dr. Tom, um terapeuta que se oferece para ajudá-la e consertar qualquer que seja o problema que ela venha arrastando em sua vida. Sua terapia é um pouco diferente: com uma lista de arrependimentos de Érica em mãos, ele começa a enviá-la de volta a cada um deles. O propósito não é que ela reescreva a sua vida, mas sim que aprenda com o que o passado lhe trouxe. O que poderia ser um seriado centrado em tentativas de alterar o passado e sempre esculhambá-lo ainda mais aos poucos vai evoluindo para uma imersão a perguntas importantes: quem somos nós? O que queremos? Do que não podemos abrir mão? Em pouco tempo eu me vi apaixonado não apenas pela Érica, mas também pelo Dr. Tom e todo o circuito de personagens que a circundam.
Eu já quis tantas vezes reescrever meu passado, revisitar meus arrependimentos. Nunca tive coragem de fazer uma lista deles, mas nem preciso, pois eles ressurgem e saltam aos meus olhos nos momentos mais inesperados. A gente erra e essa é uma das coisas mais difíceis de aprender. Como diz Dr. Tom, "você é seu paciente". Infelizmente, não tenho nas mãos a chance de voltar ao passado e aprender mais sobre mim.
Errado, eu posso sim. É isso que faço todas as vezes em que leio algum texto escrito anos atrás. É isso que poderei fazer quando olhar para trás e ver que me engajei em escrever diariamente em 2012. Eba!
Um comentário:
Bah, que notícia boa! Vou entrar bem seguido por aqui. Ler o que tu escreves me inspira tb. Tu é uma pessoa especialmente querida. Merece o TUDO de bom que está te acontecendo. Tua foto com o dinossauro tá hilária... bem Tales!
Postar um comentário