Estou em casa estudando embaixo da cama de meio casal quando ele passa, barulhento, chacoalhando nos trilhos, buzinando e lembrando que existe uma vida lá fora além do computador, dos livros e das folhas rabiscadas a lápis. Eu sempre fui fã de lapiseiras, mas o traçado no papel fica tão mais vivo e científico quando feito com um lápis. Não sei, pode ser só impressão minha. Ou é fruto dos rabiscos engenhosos de arquitetos e planejadores de coisas complexas que vejo na televisão. Cientistas de verdade, com jaleco branco e tudo.
Mais um ou dois dias e completo um mês nos Estados Unidos. É um país legal, com coisas divertidas para ver e fazer, além de uma universidade enorme que tem um sistema de ônibus próprio gratuito e uma biblioteca conectada com dezenas (centenas?) de outras bibliotecas em todo o estado e, creio, em todo o país.
Lá vai o trem de novo. Acho que passa a cada hora, talvez. Balança tudo, algumas vezes parece que a cama-escrivaninha vai cair. Isso me lembra que preciso comprar uma mesa e uma cadeira mais adequados para a minha altura quando estiver de volta a Goiânia. O frio me lembra que quero vestir roupas leves e confortáveis e sentir calor novamente. Os livros me avisam que estou cansado de ler e de escrever academicamente.
Acho que isso tudo é pra dizer que estou com saudades de casa e que toda noite aumenta. Não passam trens onde eu moro.
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