sábado, fevereiro 11, 2012

Momentos de aprendizagem

Estou ministrando um curso na educação a distância com uma amiga. Algum tempo atrás, estava ensinando inglês para duas amigas, pensando sobre a dificuldade dos concursos públicos federais para professor universitário e, particularmente, sobre modos de ser professor.

No curso de extensão que estamos oferecendo, eu e minha amiga optamos por abrir momentos de debate a partir de imagens, textos, músicas etc. Não estamos dizendo "vejam, quando falamos de sexualidade, é isso e isso que queremos dizer". Os estudantes querem respostas claras e precisas acerca de como devem reagir a situações específicas. Alguns reagem frustrados com a nossa aparente falta de preocupação em oferecê-las. Em meio a tudo isso, fico me questionando se realmente é por aí, se funciona mesmo estar em voltar deles e ir comentando os seus comentários, cutucando as suas falas etc.

Pensei, por um momento, que estivesse simplesmente largando-os para nadar e saindo de perto. Não é verdade. Nós os jogamos no oceano, é verdade, mas estamos tentando apontar onde a água é mais rasa, onde as ondas batem forte, de que maneiras podem bater os braços. Essa coisa de ensinar é realmente mais complicada do que parece, daí bate um desejo forte de ser o cara que vai lá na frente e simplesmente sai falando sobre as coisas, mostrando imagens de impacto e compartilhando seus pontos de vista. É um tipo de atitude professoral típica, talvez por isso tão reconfortante, é algo que nós sabemos como funciona e que, de alguma maneira, enche cadernos de anotações.

Quando dei aula em julho, tentei o mesmo esquema de diálogo aberto a partir de certas fontes. No meio do curso, não aguentei e iniciei um fórum de "explicações", no qual abordava questões como "o que é gênero?" e "pornografia ou erotismo?". Nessa edição do curso, minha amiga segura minhas ansiedades e me impede de agir da mesma forma. Algumas pessoas estão participando ativamente do curso e discutindo, outras, talvez já cientes de que o curso não tem um formato que lhes apetece, não respondem mais nada.

Eu sei que, para mim, esse tipo de aula realmente funciona, me estimula a pensar, me leva mais a frente. Para a minha amiga, também. Contudo... será que não estamos cometendo aquele velho erro de ignorar que pessoas diferentes aprendem de maneiras diferentes? E se sim... como evitar?

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