terça-feira, dezembro 30, 2008

Uau, quanta saudade

Agora que comecei não paro mais de escrever!

Ontem fui na redenção com uma amiga, foi um dia beeeem legal. Tinha umas crianças com um cachorrinho lindo perfeito maravilhoso apaixonante filhote. Tinha sol e eu tava com protetor solar. Tinha fotos e vídeos. Tinha muita conversa.
Adoro dias assim, domingos que valem a pena :o)

Hoje fui no shopping com um amigo, passeamos bastante, trovamos um bocado, encontramos váárias pessoas. Coisa boa ter encontrado algumas criaturinhas antes do fim do ano ^^

Amanhã pretendo dormir na Casa do Estudante. Nham, saudades do pessoal de lá :oD

Preocupação para 2009

Talvez eu faça uma lista de coisas a conquistar em 2009, e provavelmente uma delas seja a liberdade da minha necessidade de respeitar o olhar dos outros.

Ler mais livros é certo que entra, apesar de eu ter lido horrores esse ano, foi muito pra estudar, e a outra parte do cérebro não aproveitou tanto.

Viver mais é óbvio que continua sendo prioridade.

O mais importante, contudo, é ignorar o que os outros possam pensar. Isso sim eu preciso trabalhar e muuuito.

Tirando o pó

Feliz Natal, Feliz Ano Novo!

Estou tirando o pó e preparando a temporada 2009 da minha vida :o)
Quem fará parte do núcleo principal? Que personagens sairão de cena, quais voltarão? Dúvidas, questões, tudo isso e muito mais :oD


Coming Soon

segunda-feira, dezembro 08, 2008

Já comentei

o quanto eu odeio o silêncio entre pessoas?

que minha monografia fechou em 350mb?

o que eu realizei este ano?

domingo, dezembro 07, 2008

O mal de se ficar pensando é que, de tanto pensar, esquecemos de viver.

É verdade. Nós nunca sabemos, e jamais poderemos, o que se passa na cabeça de cada um, pois não lemos pensamentos. Não entenderemos o que cada pessoa viveu, como ela se transformou no que hoje é. Por tanto tempo quanto aplicarmos nosso olhar ao outro, o outro será nós, não propriamente eles, já que aquilo que vejo com meus olhos e entendo com meus pensamentos é parte da minha realidade, não da de alguém mais.

Se é possível partilhar realidades?
Não sei. Hoje, acredito que não. Há alguns anos eu vivia pelo sim.


Tem algo de self pitiness nisso.
O tempo livre despertou o pensamento que tão magistralmente eu vinha conseguindo trancar. As dúvidas estão de volta, todas elas, e quem poderia dizer que elas não são, também, parte de mim? Parte que deve estar na vitrine, não escondida sob um monte de terra escura, remexendo-se silenciosamente a cada batida do coração?

A vontade de conhecer o mundo se esbarra na falta de condições. Dinheiro, coragem, oportunidade. No meio de todos os labirintos que insistem em se misturar, onde está a resposta?

Ciranda de pedra

Terminei hoje de ler o que comecei ontem. Mergulhei com toda minha concentração nesse livro, e achei simplesmente magnífico. A terceira pessoa, a intimidade, o olhar da protagonista ditando o meu próprio e, ainda assim, a presença de um narrador. A construção da tristeza, depois do ódio, a certeza da vingança, a loucura da infância, o vôo da borboleta.

Reconheci, na Virgínia, o eu que vivia com a idade dela. Perguntas demais, ódios e vinganças demais, tudo isso jogado numa caixinha no fundo das memórias. Ler esse livro trouxe tudo de volta, embora continue sem trazer as respostas que eu desejo. O que mais eu desejo?


Não consigo esquecer o dia em que descobri ter passado no vestibular. Eu não fiquei feliz, mas sim apático. Continuei olhando televisão, como se nada tivesse acontecido. Todos ao meu redor comemoravam, os vizinhos fizeram uma folia. Eu não.
Dentro de mim, alguma coisa dizia que só o nome no jornal confirmaria a felicidade. Lá eu estava e ainda assim a excitação não veio. Satisfação, com certeza, eu estava na UFRGS e eles não. Feliz? Eu não.
Agora que estou alcançando o diploma, me envolve a dúvida sobre o que virá no futuro. A desculpa de um próximo semestre ainda a estudar era bastante para me previnir de pensar a vida para além de quatro, três, dois anos. Meu título de Bacharel está chegando, então eu deveria estar contente e aliviado e tudo mais. Aliviado, até sim, sumiu um peso enorme. Confuso, também, por ter aparecido um maior ainda. Novamente todos fazem festa e estão felizes, certamente muito mais que eu.

Qual é a conquista que vai me deixar realmente feliz?
Por que toda vez que me sinto feliz, jogo as expectativas acima do que é possível? E se alcançar mesmo a Lua, passo a desejar o Sol?

Uma hora

Eis o tempo que tenho para terminar esse post e ele ainda ser um texto de domingo, escapando das terríveis garras da segunda-feira.

Meus pensamentos ainda estão na festa de quinta. Aquilo foi, definitivamente, algo para desopilar, esquecer que um semestre de dificuldades e problemas vinha se arrastando. Foi uma noite para destrancar a porta e jogar a chave fora. E ainda assim, foi simplesmente uma festa com música boa e pessoas legais, sem nenhum grande evento para coroá-la.

Eu bebi. O que isso significa e se vai se repetir, com certeza eu não sei. Minha única certeza, quando entrei no ambiente escuro e apertado – todos lugares com paredes são, normalmente, apertados –, era de que eu não conseguiria suportar sem um tantinho de alteração. Foi tantinho, mesmo, não sou dado a esse tipo de experimentação, muito menos ao exagero. Meu medo das conseqüências é tão grande quanto minha prudência.
Ainda assim, eu bebi. Embora não seja realmente uma informação significativa, considerando o que os outros beberam, eu quis beber. Sinceramente, acho que ajudou a abrir a porta que eu queria escancarar. Fico ainda na dúvida se a porta continuará aberta, livre da série de impedimentos que eu sempre coloquei.


Porto Alegre, São Paulo, Goiás, Paris, Londres, Dublin?
Onde está a resposta?
E, muito mais importante que isso, qual é a pergunta?

sábado, dezembro 06, 2008

Ei!

Por que eu nunca tenho uma máquina fotográfica nos momentos legais?

Ontem fui na casa do meu pai, fiquei umas duas horas falando com minha madrasta.

Hoje fiquei em casa. Terminei de ler alguns contos fantásticos de Guy de Maupassant, achei bem fraquinho.

Comecei a ler Ciranda de Pedra. Meu impulso veio de um comentário que ouvi. Sei toda a história, já, por conta do comentário, mas estou achando o jeito da Lygia Fagundes Telles bem interessante de se ler.

Estou cogitando a Irlanda. Heheheh, duvido que eu tenha coragem, mas ainda assim a idéia é legal.

sexta-feira, dezembro 05, 2008

Noite de quinta

Ontem eu fiz festa com um bando de gente. Muitas pessoas que eu gosto e algumas que eu não conhecia, mas que agora eu conheço e que em tempo, por que não?, eu gostarei.

Aprendi muitas coisas nessa festa.
A primeira delas é que eu tenho que aproveitar todas as oportunidades de fazer o que for, já que são os momentos desperdiçados que fazem mais falta. É meio chavão ficar repetindo, mas existe diferença entre algo que não deu certo porque não funcionou e algo que nunca teve chance de existir.
A segunda, para minha felicidade egóica (amei essa palavra), é que muita gente me considera bonito. Eu, algumas vezes, penso assim, mas me acostumei a pensar que sou feio. Seja simplesmente para elogiar, ou apenas curiosidade de olhar quem está passando, qualquer das situações serve para elevar minha moral. Estou contente com isso.
A terceira, provavelmente a mais importante e a razão deste post, merece uma explicação bem mais alongada.

Amanhã completa a terceira semana que estou solteiro, depois de um namoro de dois anos e quase quatro meses. Não foi um término raivoso, não houve qualquer briga. Na realidade, o fim chegou para que não houvesse mais discussões, que acabavam consumindo ou comprometendo o lado feliz de estar junto.
Estou muito confortável com essa escolha, de estar solteiro, porque ela elimina a raiz das brigas: o status de namorado, que gerava uma desconfortável noção de posse, uma necessidade formal de obedecer a certas regras de conduta que só nos machucava. Funcionava da seguinte forma: por tanto tempo quanto conseguíssimos não ser nós mesmos, o namoro era uma maravilha; conforme íamos nos soltando, contudo, as discussões recomeçavam. Como amigos, hoje, eu e ele não temos mais discutido. Infelizmente, também não temos mais nos encontrado com freqüência.
Naturalmente, eu sinto falta de muitas coisas. Estaria mentindo se dissesse que sexo não é uma das principais, já que estar namorando pressupõe a certeza de sexo (quando os astros se alinhassem e permitissem um encontro em local favorável). Também sinto a ausência de abraços, carinhos e palavras doces. Eu, que sou muito chucro com questões de toque, e muito paradoxal, também, fico sentindo um vazio. Ao mesmo tempo que adoro ser tocado por pessoas que gosto e amo, odeio ser encostado por quem desconheço. É uma relação estranha com o toque, mas existente e sempre presente.
Se além de confortável eu estou feliz? Não sei responder ao certo, felicidade não é um estado permanente e constante de vida, bem como tristeza também não. Os elementos que fazem falta realmente dóem. Estava a tanto tempo envolvido com meu namorado que já não sei mais quais são as regras de viver solteiro. Porém, uma série de restrições que eu me colocava enquanto na posição de namorado, por achar que era o certo de como agir, desapareceram. Namorando eu nunca teria ido nesta festa, ontem, nem me divertido tanto com meus amigos. Esse não era o tipo de programa que nós fazíamos, ir dançar em uma danceteria hétero. Tínhamos alguns lugares específicos para quando queríamos pular um pouco, mas nunca realmente aproveitávamos, já que sempre íamos sozinhos. Os motivos para isso são tópico para outra conversa.

Passada a digressão, voltemos à festa. Estou solteiro e agradeço o empenho da minha irmã raposa em fazer com que eu ficasse com um rapaz. Essa possibilidade, apesar do menino estar com a gente a noite inteira, não havia passado pela minha cabeça. Quando tentaram que nós ficássemos, porém, despertou um apito na minha cabeça: "não estou pronto".
Enquanto ela falava com o garoto, o Féfis (sinto muito, não consigo me referir a ele mentalmente como Fernando) veio me perguntar: "Já olhou pro Bê com outros olhos?". Talvez eu tenha sido um pouco cruel ou direto demais, e quem não está acostumado com esse tipo de reação pode acabar se surpreendendo e compreendendo outra metalinguagem que não a desejada. Enfim, meu "não" foi tão rápido e tão enfático que ele imediatamente foi avisar a Jana de que ela nem deveria perder tempo falando com ele.
Não sei o que ela e o Bernardo falaram, porque algum tempo depois tive a nítida sensação de que ele estava tentando ficar comigo. Não sei, realmente, como funciona um flerte. O único que eu conheço é o olhar descarado e penetrante. Posso ter interpretado errado, não seria a primeira vez, assim como todo mundo sempre acha que estou a fim dos outros pela forma como trato as pessoas. Também não sei quais são os efeitos, para os outros, de uma recusa. Em mim são devastadores, mas eu sou emo. Procurei ser o mais acessível, ainda que claro, possível. "Quer dançar?", "Estou cansado, mal consigo me desencostar da parede" (o que era verdade, depois de horas dançando feito louco). "Quer dar uma volta?", "Nah... prefiro ficar aqui na pista, vendo o pessoal dançar" (tá, essa foi mentira, eu estava louco por uma cadeira, mas imaginei que dar uma volta significaria sentar perto e, enfim, todo o resto).

Eu não tinha me dado conta com tanta força de que ainda não estou totalmente solteiro. Uma parte significativa de mim tem medo de seguir adiante, conhecer outras pessoas, etc. Eu preferia que essa parte estivesse morta, já, e que eu não tivesse preocupações desse gênero.
But that's who I am.

Defendi

Em primeiro lugar, a foto com as honoráveis professoras da minha banca. Da esquerda para direita, Fatirmalei Lunardelli, Cida Golin (minha orientadora), eu e Clarice Esperança.


E aqui estão quase todos os presentes na minha defesa, tirando as professoras e uma colega da pesquisa. Obrigado a todos por virem ^^

E vovó está em casa

Entrou no hospital em primeiro de janeiro de 2009, quase uma punição à declaração de que faria o que quisesse, os médicos que se danassem. Como a vida não é bem assim, e só vive sozinho quem não tem ninguém por perto, onze meses passaram até que minha vó conseguiu, finalmente, voltar pra casa. Não sejamos, ainda, tão esperançosos: ela esteve, este ano, 22 dias em casa. Ou seja, enquanto não fechar o ano, não dá pra apostar que desta vez ela passará mais dias livre.

Para nós, aqui em casa, o que inclui minha mãe e padrasto, a situação continua ruim.
No hospital, a principal dificuldade é ter que visitar diariamente, almoçando mais cedo, saindo correndo, e hospedando minha tia aqui. As vantagens são o cuidado permanente e independente da vontade da minha vó, que acha que os médicos não sabem nada sobre a saúde dela.
Com ela em casa, as visitas diárias se mantém, mas sem horário pré-determinado para visitas e sem restrição de lugares: mercado, farmácia, mais mercado, médico, hospital três vezes por semana das 7h às 12h para diálise.

Ah, claro, somos desalmados. Todo mundo diz isso, todo mundo pensa isso. Aliás, minto. Todo mundo que não passou por isso, como é comum acontecer com as pessoas. Por que é sempre mais difícil enxergar além do próprio umbigo, aceitar as experiências e as verdades das outras pessoas, saber que é possível um mundo que não é o nosso?
Não sei, e sinceramente não estou muito interessado em descobrir. Minha preocupação é, e sempre foi, influenciar positivamente os que estão ao meu redor. Já escrevi sobre o altruísmo egoísta, uma vez, e repito: pelos que quero bem meus esforços vão longe. Os demais não me interessam. O problema é que eu quero o bem a muita gente :op

De volta a minha vó, ela chorou hoje na cozinha quando disse que queria estar na minha formatura, que estava rezando todos os dias para que pudesse sair do hospital a tempo de me ver receber o diploma.
Curioso... sou quase um pioneiro nessa família.

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Pai

Meu relacionamento com meu pai (e todo lado paterno da família, diga-se de passagem) é estranho. Costumo brincar, embora seja sério, que nós nos encontramos cerca de cinco vezes por ano: natal, meu aniversário, no dele e no dia dos pais, mais um dia que nos encontremos aleatoriamente pela cidade, já que Porto Alegre é uma ervilha.

Ainda assim, ele estava lá na minha defesa de monografia. Por mais que eu insistisse que não era nada muito importante, mesmo assim ele foi. E da mesma forma, mesmo garantindo que não poderia, anos atrás na escola ele foi participar da gincana para minha turma. Chegou atrasado e não chegou a participar, é verdade, mas ele tentou e quase conseguiu. Voam as histórias sobre os que nunca tentam.

Estou aqui em casa, agora, inventando motivos para não aparecer na casa dele hoje de noite. Tenho razões para ir, e de fato tenho ótimos motivos para ficar aqui (trabalho, basicamente). Se não for hoje, amanhã (festa) e sexta (jogo) certamente não será. O que me leva a ser assim, hein? Por que eu não posso simplesmente ser um filho normal, que sai com os pais?

Eu quero guardar na memória o que meu pai disse quando veio me abraçar, após minha nota ter sido divulgada. "Tudo que tu faz, tu faz com perfeição".
Essa frase está errada, Pai.
Se tudo que eu fizesse assim fosse, eu não estaria agora aqui lamentando no blog, mas sim na tua casa, conversando e falando sobre as fotos e os vídeos que tu fez. De qualquer modo, eu continuo perseguindo o caminho da perfeição, e talvez eu um dia alcance o almejado lugar ao sol dos melhores.

Por enquanto estou apenas no caminho, batendo nas pedras das vias descontinuadas.

The New Pornographers

Viciei nessa banda. Completa e irrestritamente, Challengers, Go Places e The bleedinh heart show são minhas músicas favoritas.

Terça que vem tenho minha última prova do semestre. Será de francês, e o nível de exigência do teste do nível anterior foi absurdamente menor do que o equivalente no NELE, anos atrás. Isso pode ser tanto por, na época, meu entendimento de francês era menor, quanto por menos dificuldade na prova da ACELE. O segundo nível terá uma complexidade um pouco maior, mas eu continuo sentindo falta de escrever e exercitar meu vocabulário. Pretendo comprar, dia desses, um dicionário ilustrado de francês para crianças. Daqueles bem bobos, mesmo, para que eu comece a associar palavras a imagens e a situações. Acho que isso me ajudaria bastante no desenvolvimento de vocabulário.
Ah, quero começar a ler também. Tenho três livros em francês aqui em casa, já posso praticar um bocado. Ao menos o Pequeno Príncipe, que eu conheço a história de memória e o livro em inglês para comparar, será bem simples.

Infelizmente não haverá um curso intensivo do terceiro nível de francês, em janeiro. Eu realmente queria melhorar e avançar rapidamente, to um pouco com pressa de viver o mundo, sabe? Isso é meio idiota, porque estou correndo atrás de um tempo que desperdicei anos atrás. Quando comecei a faculdade, tinha lá feliz meu curso de francês. Na minha corrida por me formar em quatro anos – o que ficou pra trás, pois estou me formando em quatro e meio – abandonei o estudo do francês no terceiro nível. Tudo bem, talvez os horários nunca mais se tornassem compatíveis e justificassem minha saída, mas custava procurar outros lugares? Hoje eu estaria já um falante.
No quinto semestre, quando fiz aulas instrumentais de francês e de alemão, talvez eu devesse ter retornado para o estudo da língua, quem sabe até dos dois idiomas. Não foi o dinheiro que me faltou, mas sim a consciência de que o tempo vai passando independente de ser aproveitado. Estou tentando deixar de lado meu medo de viver, mas é um processo de mudança muito difícil, especialmente considerando que agora estou sem rumo.

Quero estudar japonês. Será, na minha vida, provavelmente um idioma inútil, mas quero entender outro tipo de processo de linguagem. A partir do português-espanhol-inglês-francês eu consigo estender a compreensão para um tantinho de italiano, umas arriscadas em alemão e daí pra frente a rede de associações é só crescente.
O japonês, por outro lado, envolve uma consciência lingüística diferente. Acredito que seja uma ótima maneira de exercitar o cérebro :o)

terça-feira, dezembro 02, 2008

Bacharel em Comunicação Social, Ênfase em Jornalismo

É isso aí, hoje defendi a monografia, tirei 10. To feliz, completei minha missão de graduação. A partir daqui, a vida real começa a ficar cada vez mais pesada. Vou para a especialização, será um investimento caro, e talvez até por isso muito valioso.

Óbvio que tenho medo pelo futuro. Só que no momento eu estou ocupado com o presente, e no máximo com o futuro próximo. Estou muito pela experiência, a vontade de aprender e de viver o que se me pode oferecer.

:o)

segunda-feira, dezembro 01, 2008

Curioso

Acho que é Freud quem defende que nossas psicoses surgem a partir da repressão a que nos submetemos por viver em sociedade. Em grande parte, uma teoria Rosseauniana, que apontava a civilização como a causadora dos males humanos.

Teoria de bar um pouco para o lado, estou me sentindo bem. Amanhã é minha defesa de monografia, última etapa antes de finalizar o curso de graduação. Estou bem confiante com relação ao resultado, imagino que a minha orientadora não me deixaria ir para a banca sem ter um trabalho bom em mãos.
Estou, sinceramente, desejando que muitas pessoas vão à minha apresentação, provavelmente por eu considerar minha última atividade acadêmica. Quero dar um abraço nas pessoas, estou com tanta saudade de tanta gente.

Ontem fui no show do Nei Lisboa, de manhã, no Theatro São Pedro. Bem legal, ele cantou assessorado pelo pessoal da CEEE, nossa!, foi bem bacana, ainda mais para uma apresentação gratuita.
De tarde, fizemos um churrasco (tá, tudo bem, eu mais olhei do que ajudei a fazer, só coloquei uns corações no espeto quando fui gentilmente intimado). Terminamos o dia na sorveteria, nos deliciando juntos e rindo. Um dia ensolarado muito bacana, que terminou em chuva. Fiquei bem feliz nesse domingo.

Continuo me sentindo bem. Estar conseguindo enxergar o que eu quero, mesmo que de relance, me dá uma sensação de completude muito grande. Sei bem o que está me faltando, mas também vejo claramente o que não quero. Falta saber *como* alcançar o que quero, mas aí já estamos em outro patamar.

Vou agora terminar os preparativos da minha apresentação de amanhã, ela será cedo e não quero ficar acordado até tarde, hoje.

sábado, novembro 29, 2008

Dúvida

Não sei se é algo particular meu ou se todo mundo é assim. De qualquer modo, alguém na existência deve ser semelhante, então vamos à pergunta: por que razão sempre esperamos exatamente as coisas que sabemos que não vão acontecer?

Em certa medida isso nos traz à construção mais comum da maioria das histórias: algo que saiu diferente do previsto. Normalmente apresentada como "conflito", ou "antagonismo", essa alteração no que era para acontecer sempre leva a ocorrências diferentes.
Também está no fundamento de todas as experiências novas. Muito esperta a raposa do pequeno príncipe, ao dizer que todos os dias são iguais e que o trigo não traz nada de interessante para ela, exceto se for cativada pelo menino, quando então o dourado do trigo trará lembranças. Meus domingos são de ficar em casa, portanto todos iguais; os que eu saio são especiais.

Vivo desejando uma vida mais agitada, mais social, menos inerte. O meu erro, porém, está nessa última parte, na inércia. Ela deve fazer parte da minha vida, porém de uma forma diferente: ao invés de me manter parado onde estou, devo estar me movendo e continuar andando.

Sair, respirar.

sexta-feira, novembro 28, 2008

Hunf

O ano está acabando, a faculdade também.

Não passei na seleção para diagramador júnior (anúncios, basicamente) do Grupo RBS. Isso me enche de raiva, por alguma razão, e decepção, também... Por outro lado, estão movendo mundos e fundos para que eu seja efetivado lá na Editora. Será que existe esperança? Logo agora que eu, egoísticamente, não queria mais.

domingo, outubro 26, 2008

Contagem regressiva: 23

Farei a contagem como a minha colega disse: sem considerar hoje ou o dia 19 de novembro. A perspectiva fica mais assustadora dessa forma, sem dúvida...

quarta-feira, outubro 22, 2008

Contagem regressiva: 28

Pulei um dia, sorry folks.
Sou o destaque da sessão Comunicação, Linguagem e Organizações B. Isso me deixou absurdamente feliz, já que valeu o esforço de estudar, ensaiar, estudar de novo, ouvir críticas o tempo inteiro, ensaiar de novo. A sensação de estar lá, falando para um grupo de pessoas, sendo avaliado por uma banca, tudo aquilo junto... ótimo demais.

Agradeço a presença de todos os membros da pesquisa. Muito me espantou notar que dos sete apresentadores, apenas três estavam acompanhados de seus orientadores. Casualmente, os três da UFRGS. Os outros quatro, da Feevale, Unisinos e (esqueci) foram sozinhos. Um deles ainda tinha os pais, mas nada de orientação ou colegas de pesquisa.
Ah, os pais. Fiquei meio sentido de não ter convidado minha mãe para ir lá me assistir. Pelo que ela me disse quando cheguei em casa, que ficaria muito orgulhosa de ter ido, acho que ela também ficou sentida. Será que eu realmente ficaria mais tímido com a presença da família e conhecidos? Ou será que eu só queria um momento *meu*, longe da família e dos amigos, apenas com meus colegas de trabalho voluntário?

A monografia está andando.
Amanhã pego mais um trabalho que pode me dar uma ajudada, agora vou pesquisar se existe algum livro que me ajude a situar melhor, historicamente, o Novo Jornalismo.
Correria!

segunda-feira, outubro 20, 2008

Contagem regressiva: 30

Hoje tive mais um ensaio para a apresentação do Salão de Iniciação Científica. Acredito que as dúvidas e medos com relação à minha performance foram bastante reduzidas.

Duas coisas me aconteceram hoje que são dignas de destaque. Aliás, mais do que duas, mas vamos por começar com essas duas, outras eu puxo do baú quando assunto faltar.

A primeira delas, fui até minha aula das noites de segunda conversando com um colega que eu tenho visto bem pouco, nós entramos juntos da faculdade e fomos colegas em quase todos os semestres, muitas vezes nos mesmos grupos. Vamos nos formar juntos, também, mas ele o fará em gabinete, enquanto eu irei na festa e tudo mais. Opções, escolhas, essas coisas.
Falamos bastante do futuro. Ele está pensando em tentar a sorte em Brasília, onde conhece algumas pessoas e o jornalismo político é bem receptivo. Pelo que ele estava explicando, as chances são bem maiores lá do que aqui.
Eu mantenho minhas eternas dúvidas sobre para onde ir. Estou cada vez mais certo de que o meu futuro não é Porto Alegre, ao menos não um futuro feliz. Tenho muito medo de que daqui a trinta anos eu continue como hoje, olhando para trás e deixando uma trilha de arrependimentos.

A outra coisa que me aconteceu foi um momento iluminado. Ou profundamente escurecido, talvez. Já estava envolvido num humor pouco agradado quando essa constatação me veio à cabeça, então talvez isso se explique.
Eu estou neste curso de segundas-feiras desde março e ainda não fiz nenhuma amizade. Troquei umas palavras aqui e outras ali, mas ninguém pra sentar do lado e conversar um pouco. Poxa, duas horas por semana eu passo naquele teatro e nada!?
Sou um fracasso social.

domingo, outubro 19, 2008

Contagem regressiva: 31

Tenho trinta e um dias até a entrega da minha monografia. Estou contando o dia 19 de novembro nessa medida, porque acredito ser possível imprimir tudo em um dia só. Na real, eu devo estar com tudo pronto pelo menos uma semana antes, para que últimas revisões e acertos sejam feitos. Deram o tiro e agora os cavalos estão correndo.

Respirar, meditar, escrever, me formar.

domingo, outubro 12, 2008

Devia ser

Existem algumas coisas que, se eu pudesse, eu mudava em mim. Não vou colocar por ordem de importância, até porque eu não parei para ordená-las e não pretendo fazer isso agora. Mal arranquei um tempo do meu dia pra vir aqui escrever...

Ser menos preocupado com os outros.
Pudesse eu certamente faria o tipo egoísta. Não me importar com ninguém, fazer o que eu quero, azar o mundo. Na realidade, é a velha busca pela felicidade. Parto do princípio – no mínimo lógico – de que se não nos preocupamos, somos felizes.

Ser menos alto.
Não gosto da minha altura, acho que sobra corpo. Sigo a linha mais minimalista, acho o pequeno mais bonito que o grande. Nunca entendi esse gosto, mas explica em grande parte a síndrome de Peter Pan.

Ter um raciocínio acadêmico.
Isso eu queria para facilitar meu texto. Na real, é apenas uma demonstração de quão frustrado eu estou por ver minhas escritas serem riscadas pela minha orientadora o tempo inteiro. Eu sabia que ela era assim, escolhi por isso, então agora tenho que aguentar, né? Hunf.


Ah
esse post é muito depressivo
vai uma foto feliz e vou encerrar por aqui, tenho que voltar à preparação do meu ensaio de apresentação da pesquisa (semana que vem tem Salão de Iniciação Científica).

terça-feira, outubro 07, 2008

Passando por aqui


Semana do cão, muita muita coisa pra me ocupar. Portanto, deixo um endereço com umas imagens legais, incluindo a que ilustra este post: http://www.dontwakemeup.com/

segunda-feira, setembro 29, 2008

Impulso

Hoje eu abri uma nova conta universitária. Fora minha poupança no Banrisul e minha conta no Banco do Brasil, passarei a ter também uma conta no Santander. Fiz pelo cartão sem anuidade, confesso. A intenção é boa, mas os neurônios falharam: agora eu tenho uma conta cujo custo de manutenção é R$ 1,00 ao mês, certamente menos que o Banco do Brasil, mas ainda assim é um real a mais por mês. Até que eu cancele a conta no BB. Será que vou cancelar? Por enquanto a única utilidade dela é o meu salário. Não sabendo onde estarei a partir do ano que vem, não me parece tãããão ruim a perspectiva de uma conta num banco melhor.

Ah, eu gosto do Santander, isso deve contar pra alguma coisa.

Se o cartão vier, como disse o rapaz do estande, com R$ 800,00 de limite, isso me deixa com um poder de compra a crédito de R$ 1200,00 (até que eu cancele o visa do BB). Tenho que concordar que é mais condizende com os custos de alguém que planeja sair de casa no início do ano que vem.


xxxxx

Bãh, hoje fui ver quanto custa passar um mês na França estudando. Só pra agência que operacionalizaria a função toda, R$ 7.000,00. Fico imaginando quanto mais em passagem, custos locais, etc etc. Dois meses ficam em R$ 16.000,00. Um ano, R$ 85.000,00.
Argh.
Vou amargar mais uns anos sem conhecer o resto do mundo e seguir trabalhando aqui, em busca de conhecimento e poder de fogo suficientes para bancar meus passeios. Se eu tiver que morar em Goiânia para chegar até Paris, em Goiânia morarei.
Dinheiro, hunf.

domingo, setembro 28, 2008

Alice

Série nova da HBO, hoje passou o segundo episódio. A história é simples: garota que mora em Tocantins vai pra São Paulo porque o pai se matou. Quando ela descobre um mundo de maravilhas na gigante cinza, acaba ficando e vai vivendo aventuras em busca do legado de seu sempre presente (mas só agora que está morto) pai. A mágica reside na descoberta de uma vida diferente, um mundo distante de tudo que a protagonista conhecia.
A referência básica é Lewis Carrol, com Alice no País das Maravilhas e Através do Espelho. Ainda estou lendo o primeiro, então a única ligação que eu consigo estabelecer é a correria do País das Maravilhas no qual Alice está metida, e a sensação de mágica constante que circula a menina do interior.
Estou achando o seriado bem fraco, faltam algumas explosões ou cenas mais rápidas. No fim do primeiro capítulo, resolvi assistir o segundo para tirar a prova. No fim do segundo, estou balançado sobre assistir ao terceiro, pendendo para o sim apenas porque estou gostando do mundo paulista que está sendo desnudado.

Eu gosto da Alice.
Já me senti Alice.
Sinto saudade, algumas vezes, de ser Alice. Não é a mesma saudade de ser Peter Pan, são coisas diferentes. Peter Pan fica no mesmo lugar para sempre, igual e intocado, porém feliz. Alice não, Alice desafia e descobre, se envolve e se perde.


xxxx


Acho que tentarei ficar zen nesta semana.

sábado, setembro 27, 2008

estimativas

Ah, e sobre a minha estimativa de 25 páginas por capítulo na monografia, já baixei para 12 :oD

Será que uma monografia de 40 páginas fica boa?
^^

Conhecimento

O tempo passa e a vida nos ensina que ainda ontem estivemos errados. Talvez esse seja o ciclo inacabável do viver: acreditar em algo, ver-se errado, acreditar em algo diferente (maior, em teoria, pelo novo conhecimento adquirido), ver-se errado novamente, acreditar em algo diferente novo, ver-se errado novamente ainda outra vez, seguir acreditando.

Por muitos anos (ok, respeitemos o fato de que eu tenho apenas 22 para contar) defendi ser perda de tempo decorar datas, nomes e lugares. Foquei meu raciocínio sempre no relativismo, sempre fugindo do mundo concreto. Não duvidava que isso me afastasse da realidade, mas achava que não precisaria saber o mundo para escrevê-lo em prosa.
Pensava, contente, que a inteligência seria capaz de suprir minhas dificuldades. Em grande parte ela é, mas recentemente notei algo: me falta repertório. Não apenas saber datas e nomes, mas também origens e trajetórias. Uma coisa é saber o que é um livro, outra bem diferente é saber pq nós lemos livros e não pergaminhos ou pedras. Exemplo idiota, sim eu sei.

Decorre desta constatação (e a obviedade dela me assusta profundamente, já que eu ainda não a havia enxergado) a importância do ensino na vida das pessoas. Talvez se alguém, no passado, tivesse me dito: "sem repertório, teu raciocínio fica viciado", hoje eu seria uma pessoa mais culta. Fico feliz que eu tenha aprendido isso agora, na graduação, ao invés de nunca ou de daqui quarenta anos. Seria possível. Preferiria que tivessem me aberto os olhos quando criança, é claro.

A minha pergunta sobre a importância da pesquisa em ciências humanas finalmente está respondida. Eu conseguia compreender as razões da medicina e da engenharia continuarem avançando, mas nunca enxergava por que a literatura, as artes e a sociologia deveriam ser estudadas.
Agora eu sei. O conhecimento se constrói através do estudo e nossa inteligência cria a nossa realidade conforme as ferramentas que temos disponíveis.
O cruel da vida é que o conhecimento não faz falta. Não podemos procurar por algo que não sabemos que existe. Podemos questionar a existência, mas para isso precisa haver a crença inicial de que há mais do que sabemos. E, para isso, precisamos saber que não conhecemos alguma coisa. A ignorância se completa em si mesma: ela é suficiente para passar pela vida.

Aprender é o segredo.

quarta-feira, setembro 24, 2008

Philadelphia


Eu já tinha ouvido falar. Nunca tinha assistido, nem sequer sabia do que se tratava. Mas, como era um daqueles filmes que "todo mundo tem que assistir", fiquei na frente da tv por mais tempo do que ficaria normalmente. Se valeu a pena? Não tenho dúvida.

Para quem não conhece, a história é a de um advogado gay e aidético que é demitido de uma firma de advocacia. Por achar que sua demissão foi uma fundamentada em preconceito, ele resolve processar a firma. Ocorre que ninguém quer representá-lo nessa luta. Um outro advogado, crente nas leis acima de tudo, por fim resolve defendê-lo.

É um filme muito bonito e tocante. Em primeiro lugar, ele foi lançado em 1993, quando certamente o preconceito contra gays e o medo com relação à AIDS eram muito mais fortes do que são hoje. Não se pode diminuir os problemas de discriminação que ainda são enfrentados, mas em relação à década passada eles perderam muito de seu peso. Em segundo lugar, os personagens são muito interessantes. O advogado representado por Denzel Washington, o único que resolve dar uma chance de lutar ao lado do demitido Tom Hanks, é de início um homem apavorado com a idéia da AIDS, ignorante e homofóbico. O seu olhar de nojo e preocupação para todos os objetos que Hanks encosta transmite muito bem o primeiro contato entre os dois. O conflito entre sua homofobia e seu amor pela lei, porém, guiam o filme até a divertida cena em que ele vai a uma festa gay.

O que posso dizer? Vale a pena assistir!

Je m'habille touts le jours

Alguma coisa me disse que eu deveria passar por aqui, então estou passando. Hoje jantei com minha família no Walter, em comemoração aos cinqüenta anos da minha tia. Deve ser estranho chegar a essa idade. Eu já considero estranho demais estar com 22, tendo passado pelas idades que eu achava que deveriam ser significativas. O curioso é que de fato foram ^^

Agora minhas expectativas estão mais a longo prazo, e ainda assim não consigo deixar de esperar um monte de coisas para acontecer o quanto antes.


Ultimamente a quantidade de pessoas que eu admiro aumentou um bocado. É gostoso ver que existem outros modelos nos quais se inspirar.

A questão agora é: Goiás? "É, Goiânia tem uma praça bonita". Hah, que ótimo!

quinta-feira, setembro 18, 2008

domingo, setembro 14, 2008

Not so afraid anymore

Não sei até quando a sensação vai durar, mas passou um pouco do medo de escrever minha monografia. Pode ser porque passei o dia sonhando com possibilidades de futuro, todas obviamente positivas e super decididas, mas também pode ser porque estou me saindo bem. Terminei hoje o primeiro capítulo da monografia. O segundo, aliás, considerando que o primeiro é a introdução, e pedirei para Cida para fazê-lo num tom subjetivo e pessoal. Se em algum lugar do trabalho eu puder falar como pessoa, acredito que será na introdução.

Essa semana tem tudo para ser bem calma, cheia de estudos e com poucas emoções. Espero que as coisas sigam o previsto.

Conversei com minha mãe ontem sobre sair de casa. Já havíamos discutido isso algumas vezes, mas agora eu estipulei uma data ideal para a saída: março de 2009. Por quê? Eu simplesmente espero do ano que vem muitas histórias diferentes das deste, e quero romper o cordão umbilical. Preciso de força para me soltar e aprender a viver, e um primeiro passo necessário é conseguir me virar sozinho – saber que eu posso. Enquanto eu tiver alguém sempre a apenas um quarto de distância sei que não conseguirei me desprender.
Fico triste, é claro, de querer sair de casa com tanta vontade. Perguntasse quatro anos atrás eu não pensaria em partir tão cedo. Hoje eu conto os dias passando, risco com giz na parede para não perder a conta.


Esse fim de semana foi meio que perdido, sabe?
Tudo bem, terminei uma parte da monografia, li algumas coisas e tal. Só que passei metade do sábado e do domingo jogado na cama, ou no sofá da sala, ou algo parecido.
Tenho trabalho por terminar, tenho amigos a manter. Ainda assim, fiquei socado em casa. Essa é outra das coisas que eu gostaria muitíssimo que mudasse, e rezo para ter a força necessária para fazer acontecer no ano seguinte.

quinta-feira, setembro 11, 2008

11 de setembro

Hoje é 11 de setembro (por mais 1h15). Por que todo mundo espera que eu fique comovido com a lembrança da queda das Torres Gêmeas em 2001? Quero dizer, realmente foi um evento bastante comovente, chocou o mundo inteiro, jogou para o alto as discussões sobre o poder do terrorismo, tudo isso. Contudo, cá no Brasil, a vida continua absolutamente igual. Escolhe um dia hoje ou há sete anos e tudo vai estar igual. Sem tanta internet, quem sabe, mas igual ainda assim.

Além do que, tenho um sério problema com idolatrias e sacralizações. Não tenho ídolos entre meus artistas e escritores favoritos, não acho nenhuma instituição verdadeiramente sagrada e intocável. Não acredito na manutenção do medo através da rememoração do terror, assim como não vejo no terror o caminho correto. Não que eu o negue racionalmente, já que junto com o humor é uma das formas mais fáceis de tocar o coração humano, fique claro.

Aconteceu, fique registrado na história, mas não façamos um grande drama disso, ok?

Atualização da monografia

Ah, eu havia esquecido!
Entreguei hoje meu texto monográfico com 15 páginas para minha orientadora ler. Ela deve me devolver entre segunda e quarta, quando espero entregar mais umas 4, no máximo 5, páginas para concluir o primeiro capítulo. Este tópico que falta é sobre o Novo Jornalismo (os três primeiros foram, respectivamente, cultura, jornalismo cultural e valores-notícia).

Minha monografia tratará sobre os valores-notícia da Rolling Stone e a possibilidade de incluir suas matérias dentro do estilo chamado Novo Jornalismo. Essas questões serão trabalhadas a partir da análise de dezoito matérias, selecionadas por um critério de tamanho (em teoria, reflexo da importância editorial dada a elas), na medida de três reportagens por edição ao longo de seis edições, totalizando 18 matérias.

O segundo capítulo, que desejo terminar até o fim de setembro, envolve a história da revista e uma descrição de sua morfologia, além de comentários sobre o gonzo journalism. Estou rezando para que este capítulo tenha a mesma quantidade de páginas do primeiro, ou mais, espero até que mais, mas não sei como as coisas ficarão depois dos comentários da orientação.

O terceiro capítulo, para finalizar o trabalho, será a análise propriamente dita. Não contem para ninguém, mas morro de medo dele não ficar nem de perto tão grande quanto deveria. E ele tem de ser o maior dos capítulos, já que é a análise a que o trabalho se propõe.
ai ai ai

Hoje

Acusam-me de pensar demais. É verdade, assumo, sou demais dedicado aos perigos da racionalidade e, curiosamente, sou presa fácil da emoção. De qualquer forma, em muito gosto dos caminhos pelos quais passo através da minha imaginação – embora deteste os que deixo passar. Vamos agora a um resuminho de coisas que estão na minha cabeça:

* Decidi o título do livro que escreverei no próximo ano. Não sei se conseguirei dar a ele a dimensão estética que estou planejando, sequer consigo prever se ele terá 40 ou 200 páginas. Comecei a verificar as possibilidades de editoras para enviar os originais para avaliação, com base no tema.
Aliás, isso me lembra vários anos atrás, quando eu fui atrás de uma editora justamente para publicar um livro. Era um romance infanto-juvenil que, apesar de ingênuo, bem está no nível de muito livro por aí. Como quiseram me cobrar R$ 5.000,00 pela publicação, divulgação e o escambau, deixei de lado a idéia por tempo indeterminado. De vez em quando fico pensando o que teria acontecido se eu não tivesse desistido e hoje tivesse um livro publicado. Teria alguma coisa mudado?

* Ano que vem, finda a graduação, o plano é começar a Especialização em Expressão Gráfica na PUCRS. Numa conversa com meu chefe, e somada a ela uma palestra dele que assisti hoje, descobri o que me interessa no mundo acadêmico. De alguma forma eu já sabia, mas não conseguia especificar e, por isso, sempre fiquei tentado a trocar de curso ou experimentar outras áreas.
Meu interesse, multidisciplinar, está nas histórias e narrativas. Visuais, sonoras, literárias. Todas as áreas pelas quais eu desejei/desejo passar possuem essa amarra lógica, a construção de significados e de sentidos através de histórias.
Senti um certo prazer em notar, finalmente, com qual universo pretendo trabalhar pro resto da vida. Isso meio que me norteia para as escolhas futuras, embora ainda falte um objeto ou tipo de objeto para focar meus estudos strictu sensu.

* Óh, puxa, estou me amarrando na leitura do Bourdieu. Pelos deuses, como é difícil passar pelo texto dele e entender o que ele está dizendo. Acredito que, se eu quero estar pronto para a aula da pós-graduação semana que vem, terei que reler o capítulo umas três vezes ainda. Um deles, quero dizer, pois no outro (cinco vezes maior) eu ainda não encostei.
Minhas leituras/estudos, todos voltados para monografia e bolsa de pesquisa, estão muito interessantes. A leitura do Tom Wolfe, El Nuevo Periodismo está boa, apesar do meu ódio mortal a tudo que vem escrito em espanhol. Pelo menos acredito que esse livro garantirá minha monografia. ^^

* Das questões que tenho ainda por decidir está continuar ou não em casa ano que vem.
Entendo que ir morar sozinho significaria uma ruptura com tudo que tenho hoje por garantido, e assim talvez me servisse de caminho para reavaliar minhas andanças e escolhas. Acredito piamente que, uma vez fora de casa, as correntes que me prendem à comodidade de uma vida sem desafios e aventuras possam se desprender. O medo, escondido sob a égide das considerações racionais, porém, está me corroendo com as possibilidades de passar trabalho financeiro hoje e no futuro. Se eu não tiver um emprego em 2009 acabarei com sérios problemas de ordem econômica.

* Eu preciso aprender a ir nos lugares, mesmo quando não expressamente convidado. Acho que tenho pavor da possibilidade de crítica ou desaprovação, por isso evito fazer as coisas ou sair com as pessoas. Bem eu poderia ter aproveitado a companhia de três pessoas que aprendi, nos últimos anos, a admirar deveras. Talvez pudesse ter aprendido muito, ou simplesmente tido uma boa experiência.
Ah, se pelo menos eu tivesse cabelo liso, aí poderia ser um emo completo... ^^

segunda-feira, setembro 08, 2008

250

Essa é a postagem de número duzentos e cinqüenta. Para comemorar, notícias felizes: estou gostando dos meus estudos em francês, tenho achado divertido (embora exaustivo) o processo de escrever uma monografia. Acho que estou pensando bastante no futuro, e com alguma seriedade, então os sonhos malucos não estão ficando tãããão no caminho quanto antes. Não que eu esteja deixando-os para trás, longe disso, só estou contaminando-os com um pouco de realidade.

Ano que vem acaba a estrutura que tenho hoje. Não quero que ela continue como está. Quero que ela mude completamente. Sei o que eu preciso para que isso aconteça, vamos ver se consigo e, se eu conseguir, se será a passos de formiga ou a pisadas de elefante.

Agora é hora de dormir!
(que engraçado, pensei em escrever uma frase em francês, mas me dei conta de que, apesar de eu conseguir traduzir algumas coisas e entender outras, não consigo criar ainda em francês... bem, o que eu esperava, já falar com nem dois anos de treino esporádico?)

Bonne soir!

quinta-feira, setembro 04, 2008

Irk

Fazer uma monografia é difícil. Estou me enrolando e mal consegui escrever doze páginas do meu primeiro capítulo. Eu tenho uma estimativa mental de 25 páginas por capítulo, mas já estou achando esse raciocínio otimista demais. O conteúdo parece fugir da minha mente e embaralhar-se enquanto eu tento colocá-lo no computador.
De ontem pra hoje já me foi uma grande ajuda ter imprimido o que eu tinha escrito. Serviu para alterar tudo, rearranjar a maior parte dos parágrafos e tentar construir uma linha lógica. Meu problema agora é que precisarei fazer isso novamente, amanhã, para rearranjar o raciocínio na segunda parte do primeiro capítulo.
Isso é apenas o começo, naturalmente. Tenho ainda mais pelo menos três partes só nesse capítulo um. As duas últimas partes, aliás, exigirão de mim algumas leituras que ainda não fiz. Paciência, não tenho muita escolha quanto a isso, agora tenho que focar nas prioridades.

Sempre duvidei que monografias fossem tão difíceis assim. "Ah, é só estar preparado que o trabalho sai fácil, como qualquer outro". Heh, a prepotência adquire um sabor amargo quando notamos que ela é, de fato, prepotência, e não uma qualidade inestimavelmente superior.

Segunda-feira entregarei um primeiro esboço para minha orientadora. Certamente ainda pela metade do primeiro capítulo, o que talvez não a agrade muito.
C'est la vie.

sábado, agosto 30, 2008

Mundos mágicos

Por estes dias, enquanto conversava no serviço, surgiu o assunto dos mundos mágicos que as pessoas enxergam e fantasiam para não verem a realidade fria e insossa. Na hora eu concordei que era realmente danoso envolver-se em crenças míticas sobre grupos de pessoas, mas esse dano tem um limite que ma parece muito claro.
A vida é chata e sem sentido.
Nós fantasiamos com diversos elementos, sejam eles o amor infinito, as amizades que colorem o mundo, as piadas inacabáveis, a sensação de poder advinda de um bom emprego.
O mundo real, por outro lado, nos apresenta relacionamentos entre duas pessoas que estão interessadas em se relacionar, criaturas que convivem umas com as outras a partir de afinidades, visões não ortodoxas de mundo que adquirem graça por fugirem do paradigma, trabalhos por mais dinheiro no fim do mês.
A vida é chata e sem sentido.
Guia-nos a fantasia através de caminhos diferentes. Acreditar na poesia nos deixa feliz ao ver o sol sobre as árvores, ao ouvir as risadas dos infantes, ao cheirar rosas. O próprio amor é uma farsa ensaiada e interpretada; feliz sem dúvida, mas passível de ser explicada como trocas químicas entre pessoas.

O segredo é não deixar de ser peter pan enquanto se domina as regras do mundo real.
Não ser peter pan o tempo inteiro, não ter um mundo de números ao nosso redor.
O caminho do meio.
A vida pode ser chata e sem sentido, mas a minha é colorida e saltitante. Mesmo a tristeza, muitas vezes presente, é um alívio.

Vou viver com minha licença poética e ser feliz assim.

quinta-feira, agosto 28, 2008

Amanhãããã, seeeráááááá um liiiindo diiiiiiiaaaa

O título não tem nada em especial, nasceu de eu não querer repetir o de sempre "futuro", "amanhã", "o que eu quero da vida"...

Estou fazendo para o ano que vem. Já sei algumas coisas por certas, como o fato de que não estarei fazendo mestrado. A explicação é simples: não tenho o tempo necessário para estudar para a prova de seleção e também não tenho qualquer projeto em mente. Já são razões suficientes, não? Da mesma forma, 2009 ainda será um ano Portoalegrense. Estou conseguindo trabalhos e tenho perspectivas aqui na cidade, sair agora me parece muito precipitado.

Dedicar-me-ei a quatro coisas ano que vem.
1) Estudar. Será um período de estudos avançados na área gráfica, farei tudo que encontrar que pareça interessante. O primeiro passo será a Especialização em Expressão Gráfica, na PUCRS. O segundo será um curso de Photoshop. O resto vou fazendo conforme aparecer.
2) Trabalhar. Continuo querendo ganhar dinheiro, e tenho esperança de ano que vem ter mais chances de ganhar cada vez mais. Ainda insipiente esse raciocínio, concordo, mas previsões não precisam ser muito exatas, afinal de contas.
3) Sair de casa. Mesmo como projeto piloto, um ano fora de casa é uma proposta justa para começar a viver a vida de uma outra forma. Se não faço mudanças *muito* radicais, pelo menos uma mais simples, porém funcional.
4) Escrever. Já não terei mais desculpas para não escrever, e com isso também não terei desculpas para não viver. Com a graduação concluída, talvez eu consiga até mesmo lançar um livro antes do fim de 2009.

Meus pensamentos ainda não estão totalmente embasados no mundo real, então é possível que nada disso venha a acontecer. Talvez eu resolva comprar uma guitarra de 15 mil reais e perca a oportunidade de usar o dinheiro que venho juntando para comprar um apartamento. Talvez eu gaste todo o dinheiro em balas de goma, por que não?
O certo é que esses raciocínios me deixam um pouco mais confortável. Gosto de saber para onde estou indo, e ter esses esquemas mentais me garantem alguma sanidade para que eu possa enfrentar o hoje sem me perder muito imaginando os muitos amanhãs.

^^

sábado, agosto 16, 2008

La la las

Eu tenho um costume estranho de usar onomatopéias e interjeições nos meus discursos. Como quando falo que estava caminhando, vira e mexe vem acompanhado um la la la. Ou quando tropeço, que quase sempre lanço um yahoo!. Não sei bem explicar de onde vem isso, mas não acho que seja um problema.
Aliás, cheguei à conclusão de que meu jeito não é um problema. Algumas vezes é difícil de me convencer de que ser como sou é normal, saltitante, onomatopéico, muitas vezes desajeitado. Quem me conhece sabe que eu tenho muito mais dificuldade em ser gentil e suave do que de ser grosso e esnobe. "Estou considerando a possibilidade" no lugar de "bah, eu acho que vou". Não é por mal, é simplesmente uma dificuldade insana de encarar o mundo com o coração leve.

Ontem foi um dia bem legal. A noite também. A maior parte das pessoas que foram ao aniversário da minha amiga eu já conhecia, a maioria dessa maior parte eu encontro quase todos fins de semana. Alguma coisa na fuga da rotina me fez um bem tremendo.
Até eu chegar em casa.
Acho que eu tenho síndrome de "tudo vai dar errado". Em casa, o silêncio de todo mundo dormindo, o coração batendo forte, veio o cansaço. Estou começando a entender o porquê de eu ser um criador de histórias.

quarta-feira, agosto 13, 2008

Momento nhé

Acho que o título já diz bastante, né? Não sei se são as músicas, a quantidade absurda de coisa para fazer ou a falta de perspectiva para o ano que vem, mas alguma coisa simplesmente acabou com meu espírito saltitante hoje. Na realidade, foi um misto de tudo.
Estou chegando muito perto do momento em que minha vida vai mudar. Essa noção está me tirando do sério, e ao mesmo tempo está me deixando terrivelmente triste. Meio que tenho essas crises sempre que chego perto de algum desfecho. Foi igual no ensino médio, mesmo eu tendo odiado a maior parte do meu tempo no Anchieta. Incrível como a mente humana – ou, no mínimo, a minha – funciona.

Se eu tivesse um cantinho só meu estaria nele neste exato instante, agarrado nos meus joelhos, ouvindo músicas tristes, tentando esquecer a solidão.
Puf.
Por que a vida passa?

quinta-feira, agosto 07, 2008

Coisas demais

Eu estava já com a impressão, mas somente agora, olhando para minha cama recheada de livros, roupas e comidas, é que percebi o quanto estou enlouquecido. Estou aguardando a gota d'água ou a volta do parafuso que vai me derrubar. Monografia, pesquisa, editora, freelances, francês, leituras particulares, desejos, namoro, futuro. Onde sobra algum espacinho para simplesmente curtir um dia de paz?

Estou há quase uma hora só ouvindo música. Não só, devo corrigir, pois estava procurando alguns materiais que preciso ler para segunda-feira. Tenho que comprar um livro na Cultura e não sei quando vou lá. Tenho que encontrar mais elementos sobre a história da revista que trabalharei na monografia. Tenho que escrever minha monografia. Tenho que estudar para a pesquisa, tenho que arrumar as imagens do artigo que será enviado para uma revista acadêmica. Tenho que trabalhar no fim de semana.

Isso que é crescer?

Subitamente o imenso oceano de pensamentos separados está se transformando num maremoto de confusões. Um verdadeiro brainstorm. Idéias demais cruzando um espaço de tempo muito curto. Não sei o que eu faço para o fluxo diminuir a velocidade, não consigo me concentrar em nenhum ponto isoladamente.
Estou, é evidente, com medo do futuro. Não sei se terei emprego depois de me formar, não sei se valerá o esforço de fazer uma pós-graduação, não sei se terei capacidade para criar um projeto de mestrado, não sei se conseguirei me virar com o dinheiro de freelancer, não sei se conseguirei voltar a escrever.

Ah, sabe como me dei conta de que estou louco?
Simples: hoje comprei algumas coisinhas para comer na editora, já que passarei dias inteiros lá. O problema é que os "dias inteiros" serão dois na semana, mais um meio-turninho de duas horas e meia que encerra em almoço. O segundo problema é que para "lanchinho" eu comprei dois pacotes de bolacha, um de salgadinho, seis bombons e dois pacotes de barras de biscoito. Eu aceitaria de boa se tivesse comprado isso numa segunda, mas amanhã é sexta.
Aaah, antes que eu me esqueça, também comprei um caderninho novo. Mais um espaço de papel onde eu posso exercer minhas insanidades. Por enquanto, ele está reservado ao que envolver dinheiro, em especial vindo da minha vida de freelancer. Separei um caderno meio-escrito para ser meu bloco de anotações da monografia.

Eu quero um dia de sol pra ficar parado dourando. Quero risadas, corridas, giros e saltos. Alguém me ajuda a esquecer o mundo real por alguns instantes? Podem ser poucos, rápidos, fugidios, mas eu quero, oh se quero.


O fim do ano está chegando. Outra grande mudança. Medo.

terça-feira, agosto 05, 2008

Carro

Eu quero um!

Vez e outra sou atacado por vontades de trazer o futuro até o presente, e isso meio que dói, já que custa dinheiro. Muito dinheiro. Eu quero juntar, mas ao mesmo tempo não consigo parar de gastar tudo que recebo. Até agora posso chamar de investimento. Nunca deixo de ficar com medo, contudo, que esse "investimento" seja em nada.

quinta-feira, julho 24, 2008

Outro mundo

Fico imaginando se minha vida seria diferente acaso vivesse eu em Paris. Não é o lugar, certo? São as pessoas, não é?

terça-feira, julho 15, 2008

O Google e a memória

Desde pequeno eu reclamo que provas não deveriam cobrar memorizações de nomes e datas. Sempre achei que a mente deveria estar livre para processar raciocínios, ao invés de recheada de sabedorias enciclopédicas.
O resultado desta teimosa recusa em decorar é a minha dificuldade para recordar coisas que já aprendi e que ficaram para trás. Minha memória é boa, talvez pela quantidade de espaço vazio entre os neurônios, mas hoje já não penso mais que todo conhecimento útil é igualmente útil se estiver no computador ou na cabeça.
É a questão do saber o que e como fazer, saber o que acontece e por quê. Acho que falta isso um tanto ao mundo, e quisera eu pudesse dizer "a mim falta bem menos", mas aqui ficarei devendo. Empenho minha palavra de que em alguns pontos procurarei reduzir minha deficiência.

Dentro de alguns dias deve surgir aqui uma postagem sobre minha "festa" surpresa de aniversário. Fotos, diversão e felicidade!

quinta-feira, julho 10, 2008

Férias

Hoje entreguei o último trabalho deste semestre. Foi uma audioficção, uma narrativa sonora. O resultado não ficou tão bom quanto eu esperava, mas minha expectativa era absurdamente alta. Nós teríamos atores (ou estudantes de teatro) para nos ajudar, mas dos oito personagens, apenas dois vieram do Departamento de Artes Dramáticas. A participação deles foi bem legal, e certamente se destaca como um ponto de qualidade, mas infelizmente tivemos grandes problemas com as outras atuações. Bem intencionadas, mas sem a experiência e o preparo de quem atua todos os dias.
Considero o fim do semestre um ótimo presente de aniversário. Eu já vinha cansado, apesar das atividades deste ano terem sido, so far, bem fáceis. O segundo semestre promete ser bem mais pesado, não tenho dúvida. Prevejo três focos de trabalho, e mais um que merece atenção:
1- Monografia. Não adianta negar, a idéia de fazer um trabalho de conclusão de curso em um semestre é pavorosa. Faltam algumas bases, que estão sendo adquiridas na correria. Certamente farei o melhor de mim, e acredito que minha orientadora fará o melhor dela para que eu cresça bastante nesta empreitada.
2- Iniciação Científica. Sou bolsista voluntário numa pesquisa, e é condição obrigatória para a obtenção do certificado (e do prazer) a participação no Salão de Iniciação Científica, em outubro. Destarte, não bastará estudar para a monografia, terei que estar preparado para defender a pesquisa durante dez minutos e ser avaliado no processo. Legal!
3- Trabalho. Continuo na editora, não sei até quando. Posso a qualquer momento no semestre conseguir um estágio diferente (melhor? difícil) ou um emprego, e isso poderia vir a me atrapalhar nos estudos. Além disso, quero aumentar o número de trabalhos freelances, embora isso dependa menos de mim do que eu gostaria. Quero juntar muito dinheiro e muito rápido, esse é o único caminho que consigo enxergar no momento.
4- Vida pessoal e social. Tenho estado muito distante da vida que construí idealmente. Considero meu dever manter o que já havia conquistado enquanto agrego novos elementos à minha existência. Não vejo sentido em, para crescer em alguns lugares, abandonar outros. Isso não é avanço, é andar em círculos.

Estou preparando mentalmente uma série de posts. Alguns sobre o Curso da Formação Histórica da Cultura Ocidental, que faço nas segundas. Pelo menos um sobre os últimos filmes que assisti e gostei muitíssimo. Um sobre o Clã das Laranjas Voadoras. Vários sobre as pessoas que são importantes na minha vida, mas acho que este eu posso deixar para outro espaço, já que precisaria vasculhar muito para sequer começar a indicar meu apreço pelas criaturas.

Ao som de Sigur Rós, me despeço.

quarta-feira, julho 09, 2008

22?

Eu estou tão acostumado com a idéia de fazer 22 anos que há pouco pensei que faria 23. É uma coisa engraçada, isso. Quando eu era menor, eu enxergava duas idades como sendo fundamentais: 16 e 19. As demais estavam longe demais para serem consideradas. Agora eu colocaria novos limites para minhas estimativas: aprecio muito o número 22, e acrescento 25 e 28. São anos para os quais eu projeto grandes avanços na vida, maiores que os do dia-a-dia.
Meio bobinha essa coisa. Se eu pudesse, certamente voltaria a ser guri de novo. Não por um saudosismo da linda infância, mas sim pela possibilidade de experimentar outros caminhos desde pequeno. Talvez seja o fardo de todo humano: perceber que, se hoje fosse criança, faria tudo diferente.
Engraçado pensar que algumas escolhas eu faria as mesmas. Se eu pudesse voltar no tempo, antes faria anotações precisas sobre datas e momentos em que eu precisaria estar e o que eu precisaria fazer, a fim de conhecer determinadas pessoas sem as quais minha vida não teria a mesma graça. Tá, tudo bem, a idéia é que a vida inteira tivesse outra graça, mas saudosismo e imaginação têm limites.


Bilhetinho do Amor Carioca: "Nosso coração sabe imediatamente aquilo que nossa mente custa a descobrir". Mais um bilhetinho (vieram dois!): Amar é encontrar na felicidade do outro a própria felicidade".
Nha, que fofo ^^

terça-feira, julho 08, 2008

Ímpeto criativo

Ele vem do nada. Num momento não existe, no segundo seguinte ele desperta. É brutal, significativo, simples. Um olhar, uma negação, uma palavra sussurrada. Qualquer coisa pode gerar o ímpeto, qualquer movimento pode explodir a pólvora.
Desisti de identificar o que causa essa fagulha divina. Tenho idéias e palpites, e alguns chutes dirigidos, mas são simplesmente isso. Acredito que nos momentos de maior dor e de grande tristeza minha mágica opera e cria-se a obra. Pode ser simplesmente isso: transformação da dor e da tristeza em magia e beleza.
Gosto do jeito poético de pensar isso, mas será que a felicidade não pode, também, vir a ser arte?

x x x x x

O resto do post será dedicado à música!

sobre o Rio, Beirute ou Madagascar...
toda a Terra reduzida a nada
a nada mais
minha vida é um flash
de controles botões antiatômicos
olha bem meu amor
é o fim da odisséia terrestre
sou Adão e você será
minha pequena Eva

Pedacinho de uma música que eu gosto muito. Ouvi pela primeira vez voltando de um passeio de carro. Estava no banco de trás do carro, sentado no meio – lugar que adorava enquanto ainda pequeno. Passávamos por Cachoeirinha e a música começou a tocar. Fiquei apaixonado por ela no mesmo instante.

É isso aí
como a gente achou que ia ser
a vida tão simples é boa
quase sempre
É isso aí
os passos vão pelas ruas
ninguém reparou na lua
a vida sempre continua
Eu não sei parar de te olhar
eu não sei parar de te olhar
não vou parar de te olhar
eu não me canso de olhar
não sei parar
de te olhar

Outro trecho, outra música. Gosto dela muito muito, acho até que um pouco mais do que a versão em inglês. Quando o Seu Jorge começa a cantar, bah

É isso aí
há que acredita em milagres
há quem cometa maldades
há quem não saiba dizer a verdade
É isso aí
um vendedor de flores
ensinar seus filhos
a escolher seus amores
Eu não sei parar de te olhar
não sei parar de te olhar
não vou parar de te olhar
eu não me canso de olhar

Amo essa música. Como todas que ouço com freqüência, aplico a letra e a melodia à minha vida. Vários sons que me acompanham possuem significados profundos no meu coração. Um exemplo perfeito é Cripple and the Starfish, do fabuloso Antony and the Johnsons. O violino que começa já dá a entender o quão profunda é a música.

Mr. Muscle forcing bursting
stingy thingy into little me me me
but just ripple, said the cripple
as my jaw dropped to the ground
smile smile
It's true I always wanted love to be hurtful
and it's true I always wanted love to be
filled with pain
and bruises
Yes, so cripple-pig was happy
screamed I just compeletely love you!
and there's no rhyme or reason
I'm changing like the seasons
watch I'll even cut off my finger
it will grow back like a starfish
it will grow back like a starfish
it will grow back like a starfish
Mr. Muscle, gazing boredly
and he checking time did punch me
and I sighed and bleeded like a windfall
happy bleedy, happy bruisy
I am very happy
so please hit me
I am very happy
so please hurt me

Ela não termina aí, segue mais um pouco no jogo de tristezas que significa se doar ao outro. Amo demais essa canção, o que ela diz, o que ela significa. Houve um tempo, passadas as paixões platônicas de infância e adolescência, mas não as paixões platônicas, em que eu assumi essa música como tema para minha vida. Engraçado lembrar que "esse tempo" não faz muitos anos. Faz poucos, pra ser bem sincero.
Tem outra música que eu aprecio deveras. Girassol, do Cidade Negra. Como eu amo essa música, especialmente por uma parte muito interessante:

A verdade prova que o tempo é o senhor
dos dois destinos, dos dois destinos
já que pra ser homem tem que ter
a grandeza de um menino, de um menino
E no coração de quem faz a guerra
nascerá uma flor amarela
como um girassol, como um girassol, como um girassol
amarelo, amarelo

Se esse blog fosse um seriado de televisão, este post seria um capítulo de Natal, um musical. A cada três ou quatro cenas, uma canção diferente, nos mais diversos tons e estilos. Tudo muito bonito, como costumam ser os musicais.
O ritmo continuaria com The New Pornographers, The spirit of giving, que canta assim:

You went looking for shelter
in all the wrong spaces
you grew gluttonous and famous with faces
superstitiously you name them
st. Christopher and Johanna
st. Christopher and Johanna
st. Christopher and Johanna
...
I'll give you something to be sad about
hey the picture really captures your mouth
poised to say
it's your turn to go down now, it's your turn to go down now
it's your turn to go down now, it's your turn to go down now
in the spirit of giving

Eu não sei como eu terminaria o musical. Tenho três possibilidades, apresentá-las-ei (está certa essa mesó-cli-se?) Antes de terminar, porém, não poderia deixar de passar algum Coldplay.

Look at the stars
look how they shine for you
and everything you do
yeah, they were all yellow
I came along
I wrote a song for you
and all the things you do
and it was called Yellow

Agora que nos encaminhamos para o fim do nosso capítulo, escolhamos a música de encerramento. Temos três possibilidades, e reproduzirei trechos delas de acordo com a ordem cronológica da minha tomada de conhecimento.
Começo com Touched, que não sei de quem é.

I'll never find someone quite like you
again
I'll never find someone quite like you
like you
...
The razors and the dying roses plead
I don't leave you alone
the demigods and hungry ghosts
so God, God knows I'm not alone
I'll never find someone quite like you
again
...
I I looked into your eyes and saw
a world that does not exist
I looked into your eyes and saw
a world I wish I was in

Algo no ritmo em que ele canta essas palavras é primoroso. Vontade de erguer os braços, balançá-los furiosamente pelos lados, jogar-me de um lado para o outro e sentir o mundo girar ao meu redor, abandonar tudo ao seu destino e encontrar-me com os olhos em cujo mundo quero existir.
A segunda é Heretic, do Sound of Animals Fighting. Pelo que conheci da banda, baixei um disco depois de ver quão fantástica era essa música, nenhuma outra presta. Tudo uns barulhos estranhos, como se animais estivessem em jaulas brigando. Pertinente, ao menos. Essa canção é para ser ouvida a todo volume. Se não tiver como, nem perca tempo.

Inevitably it's starting to bleed
and couldn't be stopped, that's justice
incredible luck, to lift and be struck
what curious things..
A moment to think, before we will sing
the beauties alined, so sweetly
and don't be afraid, don't be afraid
don't be afraid...
Does this look like that?
(my bumpkin boy)
how cruel you get
I've started again
(my bumpkin boy)
to miss your hand
What carnage you've left
(my bumpkin boy)
and you were dead
Remember your flesh
(my bumpkin boy)
to see us break
Our souls are unrest
what kind of pride is this?
Dry your, dry your eyes
they'll salt his wounds
if burning the flesh means finding the one
...
(Flesh is heretic
my body is a witch
I am burning it)

Essa música realmente dói de ouvir. Sempre que posso canto-a com toda a força que meus pulmões conseguem gerar. Ela vale o esforço e a dedicação, sem dúvida.
Por fim, uma música que descobri há pouco mais de dois meses, talvez nem isso. Vem de um filme lindo, que resenharei em algum momento futuro. Por tê-la ouvido no filme, eu a associo às cenas que ela envolve, mas acho-a tão linda que mesmo sem filme ela acobertaria muitas coisas. É da banda chamada Hidden Cameras, chama-se We Oh We:

All I want is
to be in his movie
and not just be old worms of yesterday
All I want is
to be under his covers
and not simple be time from yesterday
...
All I want is warmth from his smother
and not just be frozen for an age
Oh my longing to be bare on your knee
and that not just be home from yesterday

Assim fecharia meu musical. Três músicas, na indecisão de uma só. Assim fecho meu post de hoje, certo de ter cumprido uma função bem mais presente do que a que eu esperava enquanto matutava sobre o que escrever hoje.
^^

segunda-feira, julho 07, 2008

Chame de inferno astral, se quiser

Um dos principais problemas de uma grande inteligência é a sua capacidade de analisar a si mesma. Hoje, conversando no serviço, uma série de questões que eu vinha postergando em algum cantinho da minha caixa-do-peito vieram à superfície. Eu pretendia deixá-las lá quietinhas não sei até quando, nem sei como, mas agora elas voltaram a respirar. É claro que com um pouco de esforço posso afundá-las novamente e guardá-las uma vez mais. A questão é que eu não quero.

Sinto falta dos meus amigos, que tenho deixado passar e caminhar longe de mim. Eles simplesmente seguem suas vidas e eu a minha, nós em ambientes e mundos distintos. Isso é tão desagradável, tão mais por saber que uns telefonemas podem resolver isso, que uns e-mails e umas voltas poderiam eliminar essa distância.
É uma característica minha esperar que venham a mim. Gosto de saber como as pessoas estão, gosto de ouvir suas histórias, de rir com elas, de viver com elas. Ainda assim, contudo, estou sempre no meu canto, protegido pelo meu muro espiritual, minhas ilusões de raposa.
Ah, fácil dizer que anos atrás eu era pior. É a verdade, por isso não é nada complicado de sustentar esse argumento. Eu com certeza mudei, passei a aceitar minhas escolhas com maturidade, a encarar o mundo como algo real. Ainda assim, as mudanças não me levaram a ser quem eu queria. Quem eu quero.

Não é fácil se entregar. Se eu sou afetuoso, se eu consigo demonstrar carinho, amor, cuidado? Acredito que sim, ao menos para quem consegue decifrar meus caminhos tortuosos de demonstração. Se precisam ser tortuosos? Não sei. É mais fácil que eles sejam.
Com certeza é uma ferramenta de proteção, um distanciamento seguro. Incrível como, tempos atrás, eu achei que havia vencido o muro que me separava das pessoas. Talvez até mesmo tivesse, mas agora, olhando novamente, vejo que não apenas não sou quem quero ser, como também o muro está ali, magnífico, intacto.

Sobre não magoar os outros existe uma história engraçada. É bem como conversamos hoje, pode não ser uma característica nobre da nossa personalidade, mas simples egoísmo em não querer se sentir mal por fazer mal a alguém. Não duvido que seja a coisa mais fácil do mundo, em termos práticos, ser cruel e pisar em todo mundo. Isso é espantosamente mais simples quando se tem os meios para tanto, e isso certamente tenho.
Onde eu entro? Por que não dizer às pessoas tudo que eu acho, ser todo "sincero", todo direto, todo verdades? Não acredito que o mundo esteja pronto para ser vivido apenas em verdades, e nessas enganações estão também as pessoas boas. A bondade não é ser verdadeiro com as pessoas, mas sim escolher quais verdades são nocivas demais para serem conhecidas.
Existe certa questão ética nessa história. O quanto de verdade ou de "mentira branca" faz uma pessoa legal, e o quanto de mentira e de verdade torcida faz um mentiroso? Quando se mente para proteger, o que fica da confiança? Como exigir confiança, se os próprios valores morais não são imbatíveis? O que é a confiança, aliás?

São muitas roupagens, vários casacos uns sobre os outros. O filho, o irmão, o amigo, o namorado, o trabalhador, o jornalista, o editorador, o jovem procurando emprego, o arrogante, o medroso. Quando se vai tirando os casacos, outras roupagens vão aparecendo, outras cores substituindo as que estavam por cima. O que fica quando se tira tudo? Fica alguma coisa?

Existe alguma coisa no estar leve, livre das preocupações da racionalidade, que eu não consigo entender. Isso se exemplifica quando eu digo que sou ótimo no que tenho que fazer, não no que quero. Por que quando estou sozinho mal consigo mexer as pernas, enquanto ao lado de amigos eu atravesso oceanos sem perceber?
Qual é a fórmula, qual é o segredo da liberdade de pensamento? São momentos zen, não tenho dúvida. No sentido religioso, mesmo. Estar presente no momento, atento a tudo, sabedor do passado e do futuro, mas sem projetar a mente. Que medo é esse tão forte que não me deixa ser assim o tempo inteiro, que não me deixa encarar a vida com essa refrescante liberdade?

Por que não ligo para as pessoas que me deixam com saudade?
Por que sempre prefiro ficar escondido em casa num domingo de sol, quando pelo menos três programas possíveis dançavam na minha frente? Estudar, certo, um motivo válido. A melhor escolha? Tenho dúvidas.

O que é proteger alguém?
Contar a cruel verdade, ou manter o mundo feliz dos enganados? Quem me deu o poder de escolher a vida dos outros? Se tenho esse poder, como não consigo usá-lo para guiar o meu próprio caminho?

Minha cabeça está rodopiando neste momento. Faltando uns diazinhos para o meu aniversário, a idéia de um mês atrás de fazer uma festa e convidar todo mundo já morreu. Está morta da mesma forma que a idéia de mandar tudo se danar e alugar/comprar um apartamento no centro da cidade e começar a fazer a minha vida sozinho. Vai acontecer a mesma coisa a viagem à França, provavelmente, da mesma forma que certamente aconteceu com tantas outras coisas.
Da mesma forma que aconteceu com minha literatura.

Eu quero o segredo da liberdade, a chave para entender quem está por debaixo de todas essas roupas. Gostaria tanto de não sentir as mãos da dúvida segurando-me de dar uma corridinha e enfrentar as possibilidades.

Dentro de mim existe um jogo acontecendo. Minha inteligência joga contra ela própria, uma parte tentando encontrar motivos para que eu não faça nada, outra criando situações das quais não posso me desviar. Faço porque me obrigo, deixo de fazer porque me obrigo. Uma marionete nas minhas próprias mãos (com um gosto pelo drama, diga-se de passagem).

Somewhere over the rainbow é uma boa música para essa espiral de pensamentos. Um pouco leve e bonita demais, mas se encaixa.

Hoje eu estava assistindo a alguns vídeos de aikido. Bah, que maldita saudade. Eu desisti por medo de alguma coisa, não tenho mais certeza se foi do yudansha que me tirou pra cristo, se foi da possibilidade de ser o uke do sensei, ou ainda se foi ainda a tremenda responsabilidade de estar crescendo dentro de algo.
Quando foi a última vez que levei algo realmente longe? Sozinho, acho que faz muito tempo. Mesmo o que carreguei nas costas por muito tempo algum dia deixei de lado, e essa desistência me machuca.

Dói saber que não machuco os outros provavelmente para me preservar. Dói ver que não protejo tão bem quem eu gostaria, que muitas vezes eu beiro o desinteresse ao deixar meus amados seguirem seus caminhos sem o meu abraço.
Odeio lembrar que fiquei parado enquanto um soco era dado, quando tinha todo o tempo e possibilidade de impedir. Eu sou o tipo que fica quieto, olhando, deixando rolar, rangendo os dentes em silêncio.

Onde foi, ou quando, que eu aprendi a me controlar tanto? Por quê mesmo nas minhas irritações mais bombásticas eu não explodo? Eu queria, só para ver os resultados, explodir. Esquecer que o mundo existe ao meu redor, deixar de lado tudo que me incomoda, fazer o que me interessa e dane-se o resto.
Maldita inteligência, que me lembra que mesmo essa explosão seria apenas uma outra roupa, vermelha ao invés de azul. Maldito saber, que me recorda que, passado o fogo, teria eu que apagar os incêndios com lágrimas.

Dentro de todos os casacos é certo que existe pelo menos uma coisa: uma raposa encolhida, com medo de dizer "eu te amo".

domingo, julho 06, 2008

"Minha vida daria um romance"

Li hoje um texto que me tinha sido recomendado havia já algum tempo. Meses, talvez. Não foi por falta de consideração a demora, mas sim por um misto de compromissos e esquecimentos. O texto é um capítulo de um livro sem nome (tenho apenas o xerox do capítulo). A autora é Maria Rita Kehl. Sugiro a leitura.
Existem algumas passagens que eu gostaria de destacar, e cito-as abaixo. Um pequeno teaser.
A falência, ou no mínimo o esgarçamento do poder simbólico das religiões nas sociedades modernas, está diretamente relacionado, a meu ver, com a emergência da literatura como resposta "necessária" para a constituição dos sujeitos. Uma das respostas possíveis – certamente a mais poderosa – à nossa separação de estado (ideal) de natureza sempre foi a produção, pela cultura, de modos de "religação" entre o homem e o universo, entre os homens e o Pai perdido (Deus), entre os homens e sua comunidade terrena. As religiões e todas as outras formações simbólicas próprias das sociedades simbólicas (...) são atenuantes para o desamparo.
Não sei se é possível negar que a escrita, e em resumo toda forma de arte, não é "apenas" uma forma de alcançar um espírito superior. Eu acredito que o poder de criação artística tem algo de divino, algo muito além do poder simbólico-social.
Se o desamparo é parte da condição humana, as grandes formações da cultura funcionam para proporcionar, num mundo feito de linguagem, algumas estruturas razoavelmente sólidas de apoio para estes seres por definição desgarrados da ordem da natureza. A tradição, de certa forma, situa as pessoas na sociedade em que vivem, explicitando o que é esperado de cada um a partir do lugar que ocupam desde o nascimento. A religiao produz sentidos para a vida e a morte, e orienta as escolhas morais; os mitos explicam por que as coisas são como são, e fundamentam as interdições necessárias à manutenção do laço social.
O desamparo é uma questão interessante. Sexta-feira estava eu comentando com minhas colegas de trabalho uma constatação que me acompanha desde a infância: a felicidade é um bem disponível apenas àqueles que não possuem uma inteligênica muito apurada. O brilho da ingenuidade é uma manifestação do sensorial, ele é contrário ao uso da razão e, por consequência, ele é cego. A cegueira não o faz menos bonito ou poético, mesmo assim.
A vida não tem sentido em si, e os sentidos que temos são os que conseguimos criar. Triste que nossas explicações tenham a única função de se explicar, assim como tudo que fazemos só fazemos porque fazemos.
A passagem da transmissão oral à letra escrita corresponde, assim, à passagem de uma espiritualidade (ou seja, em termos ainda medievais, de uma subjetividade) totalmente sustentada sobre uma palavra de autoridade a uma subjetividade feita cargo do próprio indivíduo. A função nomeadora e estruturante do "pai" vai lentamente se desencarnando da figura dos representantes de Deus na terra, tornando-se mais abstrata, e seus desígnios mais passíveis de interpretações individuais, diferenciadas.
Sinceramente não sei explicar qual o gosto que tanto tenho pelo individual. Na realidade, muitas vezes eu apostei com o destino que prefereria tantas vezes mais ser não-inteligente e feliz do que conhecedor de verdades. Não tendo a barganha sido aceita, que viva este pequeno criador de histórias sua vida e que faça seu papel no mundo.
(disseram-me neste fim de semana que não sou especial... ah, se conhecessem meus mundos, certamente saberiam que engano cometeram)
Essa citação me clareou na mente as razões de eu amar tanto o objeto livro. Ele significa tudo para alguém que vê no mundo mais do que as demais pessoas. Ele me faz sorrir, chorar, sentir o que o mundo muitas vezes bloqueia. O mais feliz dos dias será aquele em que eu conhecer todas as palavras que um dia tiverem sido escritas, todas as línguas jamais faladas, todas as histórias que se há de conhecer. Talvez depois de virar um corvo eu me torne, como o primeiro, o guardião da biblioteca dos sonhos.


Eu tinha alguns outros pedaços separados, mas eles não fechariam com o que se construiu nesta escrita. Deixo por encerrada, então, minha incursão neste capítulo de livro, certo de que ele me abriu algumas páginas nas histórias do mundo.




quarta-feira, julho 02, 2008

coisas de estudante

Hoje me senti tão bem, de tarde, enquanto trabalhava junto com minha professora de design do primeiro semestre. Curiosa essa volta da vida. É evidente o abismo entre nós, não há dúvida, mas o simples fato de compartilharmos idéias e uma criação – boba, saiba-se, um infográfico – já me deu certa perspectiva de futuro.
Agora (desde muito tempo, diga-se de passagem) estou na dúvida sobre o que fazer depois da faculdade. Não que eu saiba, realmente, o que fazer até o fim da graduação, mas o afterwards me preocupa bastante, já que dependendo das minhas escolhas precisarei tomar providências ainda neste ano. Minhas opções são quatro, pelo que consigo imaginar até agora: 1- tentar mestrado logo que sair da faculdade; 2- fazer um curso de especialização; 3- aloprar e gastar dinheiro fazendo algum curso no exterior; e 4- não fazer nada disso, arranjar um emprego, comprar um cachorro e ficar quieto no meu canto.

Quero decidir logo o que fazer para, adivinhem?, fazer!

segunda-feira, junho 30, 2008

Hoje ainda é domingo

Tá certo que já passamos da meia-noite, mas enquanto eu não dormir o dia não vira, essa é a grande regra do meu calendário. Aliás, duas coisas vieram à minha cabeça agorinha: primeira, a noite que virei acordado para terminar o roteiro de um programa de rádio; a segunda, o fato de que eu amanhã mostrarei para minha colega no LEAD os gráficos que fiz. Meio que uma redenção, isso, pois eu bem poderia enviar por e-mail direto para nossa orientadora. Acontece que eu preciso provar para ela que eu sou capaz de fazer os tais desenhos, já que sexta eu falhei miseravelmente nas minhas tentativas.

Daqui a pouco vou dormir, depois de mais um fim de semana totalmente inútil e jogado ao relento. Eu realmente preciso de algo para impulsionar meus dias, ou vou ficar me sentindo sempre como se minha vida fosse feita de domingos. Que irritante.

sábado, junho 28, 2008

Adobe

Yesterday I just freaked out... ok, it was a childish thing, but I really hate when I can't do something, and even more when I'm supposed to know how to do such thing.
It (didn't) happened at LEAD, or Eletronic Laboratory of Art and Design. There I was with a girl, and our task was simple: to recreate some graphics and to make a timeline. Just that simple, and who said I was able to do so? The fact that I claim myself a designer wanna-be just fell down when I noticed that I have none skill with a damn software different from InDesign. I felt
terrible.So here I am. Probably this is just another promise I'll make to myself in order to calm down. Weird, there was a time when I could cheat me and I wouldn't care, why do I now? The promise: I will learn how to use the tools to do whatever I want to and I will be fucking GOOD at it.

And, by the way, my English is just horrible just now, it's time to find some way to improved it beyond reading and listening. Time do write and talk, people! So, don't fill ashemed if sometimes the post here be in other language. Any time soon it may be Frech as well ^^


Sábado de conteúdos questionáveis

Questionable Content é simplesmente meu melhor achado dos últimos tempos. Estou atualmente lendo o número 469, recém, falta quase mil para eu chegar até os capítulos atuais e daí para frente seguir acompanhando a história como qualquer mortal. Fico feliz que tenha tanto chão para percorrer antes de descansar.
A história é bem simples, acompanhando as andanças de um rapaz indie (Marten) mega tímido e fofinho, que de início faz amizade com uma garota indie (Faye) mega problemática e complexada, mas super divertida. Desde o início fica estabelecida uma relação platônica entre os dois, meio declarada e meio deixada de lado na espera de tempos melhores.
J. Jacques é o nome da criatura que assina a webcomic e, cá entre nós, ele conseguiu criar uma história muito interessante. Existe um crescimento na trama, capítulo após capítulo, e as mudanças vão acontecendo tão lentamente que, quando percebemos, nós já vimos muito mais do que estávamos esperando. Novos personagens são acrescentados à história e eles não se perdem, sendo razoavelmente diferentes entre si.
Porém, aí está o maior defeito na história, eu diria. Os personagens todos são super conhecedores de música alternativa, sabendo todos os cantores, cds e estilos. É provável que isso seja ranço meu com piadas que não entendo, mas ainda assim esse é um problema de estilo do autor: sempre que entram as piadas musicais os personagens ficam todos iguais.

Vale muito a pena acompanhar essa webcomic.

sexta-feira, junho 27, 2008

Fazendo a diferença

Alterei pela segunda vez as minhas configurações aqui da Raposa Antropomórfica. Os raros e empoeirados visitantes habituais poderão notar que existem algumas coisinhas novas no ar: uma pequena lista dos sites que visito diariamente, uma imagem aqui e ali, uma descriçãozinha, e pretendo ir acrescentando mais frescuradas conforme eu tiver tempo e vontade para fazê-las.

Por que fazer isso?
A idéia inicial era abandonar o Blogger e avançar para o Wordpress, que me oferece alguns templates que eu achava mais bonitos. Ocorre que algumas mudanças foram feitas no próprio Blogger, e portanto não preciso mais mudar de casa.
O segundo motivo é editorial: a Raposa Antropomórfica agora tornou-se Raposa Antropomórfica, uma diferença pequena, porém sutil. Não digo que escreverei sobre tudo que tenho vontade, pois esse tipo de liberdade ainda demanda muita decisão. Um exemplo dessa resistência são os meus links: não estão ali todos os que visito diariamente, ainda existem os "proibidos". Estes aguardarão um momento mais oportuno.

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Continuo na minha busca por um futuro. A questão que ainda martela meus pensamentos é a respeito do fim da faculdade: para onde irei? Especialização ou mestrado? Tento algo aqui no Brasil ou jogo minha mochila nas costas e procuro o exterior?
Todas as possibilidades esbarram na mesma questão fundamental, que é o medo de que não dê certo. Esse pavor eu bem sei não ser necessário, afinal de contas as coisas poderão não dar certo mesmo que eu não tenha medo, e tê-lo também não altera minhas chances. Ainda assim, é parte da minha personalidade a dificuldade em aceitar e abraçar mudanças, não importa o quanto eu as esteja desejando.
Se me perguntarem, negarei para todo o sempre. Se deixarem, talvez eu continuasse na graduação para todo o sempre. É, para todo o sempre.

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Eu queria colocar mais uma foto aqui, mas não tenho nada para acrescentar agora. Nada em particular, pelo menos, então terminarei com texto e mais texto. Fica a promessa de andanças pelo mundo com a máquina de fotografar embaixo do braço, e a tentativa de uma vida mais feliz nas páginas virtuais de um novo blog, ainda que o mesmo.
^^

terça-feira, junho 24, 2008

Aperto no coração

Meu humor não está muito estável, hoje. Enquanto próximo de pessoas animadas, meu dia estava garantido e minha vida parecia bem colorida. Os momentos de solidão, porém, lembravam o forte azul que tingia tudinho. Ainda tinge, aliás.
Acabei de reler, por alto, um livro que fiz no primeiro semestre da faculdade. Os sonhos, as expectativas e várias características que eu já sabia de mim, várias tantas que eu recusava conhecimento a mim mesmo. A vontade que deu foi de jogar a mim mesmo na parede. Tantos cortes no coraçãozinho que ainda persistem no mesmíssimo lugar.

Achei essa figura quando procurei por "feeling blue" no Google Imagens. Tenho certeza que ela pertence a alguém, mas não estou realmente preocupado: ela demonstra razoavelmente bem a idéia que está martelando minha cabeça neste momento.
Sigur Ros tá embalando minha tristeza com uma calma e cuidado que sou obrigado a agradecer.

Todo esse azul tem explicação: medo.
Essa sensação maldita que me acompanha e me nivela há tanto tempo. Já estou acostumado com ela, e ainda assim continuo dando de ombros por não saber o que fazer para deixá-la passar e viver livre. A raposa é só uma criação triste e enfraquecida de uma mente brilhante que precisa de uma saída mágica para os próprios problemas. Ela não existe, ou se existe está hibernada tão profundamente que só retornará depois que a próxima Era Glacial terminar.
É impossível sonhar se não se permite voar.
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